Tuesday, December 29, 2015

Artigos Publicados - A partir de 2006

ARTIGOS
Um novo artigo a cada semana www.amigodomeioambiente.com.br
Liliana Peixinho - Jornalista, Articulista, Correspondente na Bahia do Jornal Folha do Meio Ambiente, coordenadora da AMA- Amigos do Meio Ambiente e da RAMA - Rede de  Articulação e Mobilização  Ambiental. Contato ou e-mail para liliana@amigodomeioambiente.com.brlilianapeixinho@yahoo.com.br ; fone 71–9958-6899. 
Riqueza devastada (08/09/06)
Bola Verde (28/06/06) 
Meio ambiente e música (23/05/06)
O gasoduto e as reservas naturais (16/05/06)  
Racionalizar, reutilizar, reciclar (09/05/06) 
O petróleo e os recursos naturais (02/05/06) 
Moradia e degradação ( 25/04/06) 
Alternativas alimentares (18/04/06)
Cultura da reutilização (11/04/06) 
Mudança de hábito (04/04/06) 
Desafios políticos (21/03/06) 
A terra e os conflitos (14/03/06) 
O Transporte e o Desperdício (08/03/06)
Cuidados com as nascentes       

Meio Ambiente e Música

A mais nova idéia do criativo mercado cultural da Bahia é agregar valor ambiental a eventos culturais. A Produtora Pé de Elefante, em parceria com a AMA – Amigos do Meio Ambiente e a RAMA – Rede de Articulação e Mobilização Ambiental, estão convidando algumas bandas com perfil sócio-ambiental, como a 20 Xote Um Galope, para levar a educação ambiental nos ambientes de promoção de shows.

Músicos como Juliano, estudante de biologia, um dos vocalistas da 20 Xote, o produtor da banda, Bernardo Souza, o produtor do evento, Adriano Sampaio, da Pé de Elefante Produções e a jornalista Liliana Peixinho, educadora ambiental, trabalham na difusão da idéia como agregadora de novas formas de comportamento como a da relação do indivíduo com o seu próprio lixo, seja através das bitucas de cigarro para serem jogadas nos lugares certos, seja para alertar sobre a necessidade de não se desperdiçar comida no próprio prato que come, seja com a água, enquanto toma banho, escova os dentes, lava ou carro, ou com o papel que amassa e joga fora, com a energia, deixando luzes acesas, entre outras ações que fazem parte do cotidiano.
Esses são os quatro produtos inicialmente escolhidos como prioritários para a divulgação da Campanha Desperdício Zero porque fazem parte do cotidiano e os mobilizadores da campanha acreditam que a divulgação de informações podem modificar maus costumes e levar a novas ações de prevenção e preservação do meio ambiente como o espaço de convivência diária de preservação da vida.

A campanha terá continuidade esta semana, durante o evento “THE BEST OF FORRÓGODE , sábado, a partir das 22 horas, com as bandas "20 Xote Um galope, "Os Camaradas", "Zé de Saia". O projeto integra ações de cidadania ambiental onde Bandas como a 20 Xote Um Galope divulgam a Campanha Desperdício Zero , onde a Coleta Seletiva do Lixo, a partir de cada residência, cada escola, cada local de trabalho, de convivência poderão dar um novo rumo para a Campanha do Lixo Zero. O público é mobilizado para ações de educação ambiental, durante o show e em outros ambientes, através da exposição itinerante “O Homem e o Meio Ambiente, onde o biodiverso, o degradado, a reciclagem criativa produtiva, o lixo, os catadores e diversos outros painéis enfocam os diversos ambientes do dia-a-dia das pessoas, seja nas trilhas de locais como as Chapadas do Brasil, Litoral Norte da Bahia, praias, barracas, shoppings centers, escolas, lugares que fazem parte do cotidiano dos cidadãos.

A nova parceria entre a Pé de Elefante Produções e a AMA – Amigos do Meio Ambiente, além de se constituir como um movimento de valorização da diversidade musical baiana, através da promoção de shows de bandas que como a 20 Xote Um Galope, cujo repertório diversificado e original, é temperado com dendê , devido à forte ligação com o afoxé e o samba-de-roda, caracteriza-se por uma pegada típica do forró nordestino do recôncavo baiano, fazendo releituras de composições reconhecidas da cultura interiorana.

E outras, com ritmos como Partido Alto, Pagode, Xaxado, Xote, Forró, Reggae, samba e outros, que, segundo Adriano Sampaio, promotor do evento, participam do projeto para agregar valor de educação ambiental ao trabalho musical das bandas, fortalecendo o trabalho social da produtora que de parceiros como a AMA e a RAMA - Rede de Articulação e Mobilização Ambiental. Além dos Shows o público tem acesso à  Exposição " O Homem o e Meio Ambiente",  composta de   painéis com fotos e textos jornalísticos. Todos os sábados a partir das 22:30h na boate THE BEST HALL (HOTEL SOL BAHIA ATLÂNTICO - PATAMARES. Mais informações ligue: 8865-2362-9071 ( Adriano ) – 9958-6899 ( Liliana ). 
topo
imprimir

Gasoduto e as reservas naturais

Que o problema do petróleo é sério e bola, abala, movimenta e rege grande parte da economia todos sabem. Que também cresce a consciência sobre a necessidade de substituição deste importante recurso natural por outras fontes de geração de energia também já se discute. No entanto, a preocupação imediata continua sendo a econômica, a da viabilidade e cumprimento de acordos, contratos, preços, a curtíssimos prazos. Ainda não se vê, porém, discussões aprofundadas sobre as conseqüências da falta de uma política séria para a proteção aos ambientes onde estão inseridas as grandes fontes de geração de energia, sejam as florestas, os rios, o ar, e a própria Terra, de onde tudo se tira.

Recebemos um email de colega Otus Choliba ( otuscholiba@yahoo ) membro da Reder Nacional de Amigos do Planeta onde mostra a sua preocupação, diante da entrevista dada pelo colega Roberto Smeraldi, diretor de Amigos da Terra- Amazônia Brasileira, ao Jornal Washington Post dizendo que os governos do Brasil, Venezuela e Argentina iniciaram esta semana a discussão sobre o projeto de construir um gigantesco gasoduto para levar a produção venezuelana a diversos países da América do Sul - atravessando a floresta amazônica brasileira. Segundo ele, a obra, de proporções gigantescas, tem como objetivo principal levar o gás venezuelano para o abastecimento energético de algumas capitais brasileiras e do parque industrial da Grande Buenos Aires.

O ambicioso projeto consiste na construção de um gasoduto cujo percurso inicia-se na Venezuela, continuando em direção à Manaus.  Da capital amazonense, um ramal se estenderia à região nordestina brasileira, enquanto o tronco principal se dirigiria às principais capitais do sudeste brasileiro - passando por Brasília - e chegaria finalmente à Grande Buenos Aires.Também se discute a extensão de ramais para o Paraguai e o Uruguai e a inclusão da Bolívia com fornecedora de gás para o sistema.  Não há definição em relação aos números exatos, mas, estima-se que o custo total ficaria entre 20 e 25 bilhões de dólares e a extensão seria algo em torno de 8.000 a 10.000 quilômetros.

Na entrevista, Roberto Smeraldi, afirmou ao Washington Post que se forem seguidas à risca as rigorosas leis ambientais brasileiras, o projeto pode custar o dobro do estimado, tornando-se inviável.  Smeraldi acredita que o gasoduto pode ser construído de forma a causar impactos ambientais reduzidos, “mas os custos se tornariam proibitivos”. Um encontro realizado em janeiro, em Brasília, ficou acertado que até o meio do ano, os três países teriam projetos para aprofundar a discussão.  Apesar do interesse dos presidentes sul-americanos - principalmente Hugo Chávez, que vem demonstrando grande entusiasmo com o projeto - há incerteza se a agenda será seguida à risca."O governo brasileiro não consegue realizar estudos semelhantes para gasodutos de 500 km após dez anos de discussão, e agora se propõe a fazer estudos aprofundados para um projeto de 10.000km em seis meses?", questiona Smeraldi em declaração ao diário norte-americano.

Ambientalistas alertam para o perigo que o projeto de construção do Gasoduto do Sul possa representar sobre patrimônios naturais como Parques Nacionais, Reservas Florestais e Terras indígenas, localizadas em áreas como a Amazônia norte e central. Que o governo Brasileiro, detentor, ainda, da maior biodiversidade do Planeta, não possa abrir mão dessa riqueza em nome de acordos financeiros a curto prazo.
topo
imprimir

Racionalizar, Reutilizar, Reciclar....

Ouço muita gente justificar que não faz a coleta seletiva do lixo em casa porque não adianta nada fazer isso e chegar na porta do prédio e o lixo se espalhar, com o vento, com a ação dos cães e outros bichos que futucam o lixo. Esse tipo de pensamento de expande para diversos ambientes onde se produz lixo.

 E nessa onda o lixo continua sendo um grave problema de saúde pública e de degradação dos nossos ambientes de convivência. A proposta do Pacto Doméstico para a coleta seletiva do Lixo, feita pela Ama – Amigos do Meio Ambiente, pretende levar às residências, às escolas, às instituições, de forma geral, informações que possam conscientizar os produtores do lixo como é simples, fácil e eficiente tomar a atitude de “ deixar de jogar qualquer coisa, em qualquer lugar, para jogar no lugar certo aquilo que realmente é preciso descartar, antes de ser reutilizado, no próprio ambiente onde ele foi usado. Um debate sobre essa questão foi aberto, esta semana, na Rede de Educomunicadores do Brasil com a necessidade de aprofundamento sobre implementação de planos de gerenciamento com estudos sobre a destinação final do lixo que seja mais adequada para as cidades e suas condições.

 O que não se aceita mais, diante de tantos valores agregados do lixo, é que continuemos com a cultura dos aterros, lixões e munturos nas beiras das estradas e cidades do interior ou das periferias dos grandes centros urbanos. Porque o gerador do lixo ainda não desenvolveu a política de recepção/retorno de embalagens ou de sub-produtos ou os chamados restos de um produtos não totalmente utilizados? Os educadores ambientais chamam a atenção para ” ..Não se ter "medo" do lixo…. sobre a necessidade de se mexer no lixo!

Agregar valor, tratar, dispor corretamente...porque existem dezenas de técnicas de tratamento (e não aterramento) que poderiam minimizar os impactos relativos à disposição do resíduo último no solo. As prefeituras ainda aplicam a política de contratrar uma empresa que tenha caminhões bonitos, bem plotados, com compactadores de não sei quantas mil toneladas para num tempo mínimo fazer a coleta dos sacos que ficam nas portas das empresas, residências, hospitais, e todos os usuários de produtos que deixam resíduos para serem dispensados em outros, lugares, que não o seu, de morar, de trabalhar, de se curar, etc. Os educadores falam sobre a necessidade de se discutir adequadamente os resíduos gerados pelos eventos, seja ele um almoço a dois, uma festa de confraternização, uma grande feira de artes, um big show musical, uma cirurgia numa pequena clínica ou uma passeata com muitas peças publicitárias de mobilização.

 O Problema dos resíduos sólidos é sério e segundo os educadores ainda não se trata adequadamente essa questão em lugar nenhum do Brasil, à exceção das empresas que detém a certificação da ISO 14.001, e apenas tão somente dentro de suas dependências, “e olhe lá!”. Qual seria a medida prá tudo isso? Há uma proposta de se ampliar a questão paras saber qual política nacional do tratamento adequado de resíduos. Isso é um assunto não governamental. Foi lembrado, por exemplo, que o Ministério do Meio Ambiente - MMA tem em seu site uma relação de empresas com endereço, telefone, e tal, de todas as empresas que trabalham com pilhas, que é tóxica, mas não existe um endereço nacional para onde devamos mandar outros resíduos. Nem na Federação das Indústrias de cada estado estas questões ainda foram amarradas.

A Confederação das Indústrias, que congregam todas elas, deve ser envolvida. O assunto que tem interface com todas as ciências e cabe ao MMA convencer a Confederação a elaboração de propostas sustentáveis empresarialmente, para absorver as demandas inaceitáveis de tratamento de lixo. Em qualquer capital brasileira, é uma questão difícil de tratar, até mesmo em Curitiba, pioneira na coleta seletiva, as questões não estão resolvidas. Chegará o dia que estaremos separando vidro verde, vidro preto, vidro azul, sapatos, roupas, cada um em seu conteineirs específicos, fechados, com endereço de destinação certa, não para um lixão ou aterro, mas para o incremento de projetos sociais que valorizam a cultura dos vários RRRR, para racionalizar, reutilizar, reciclar, reequilibrar, revigorar, reviver e por aí vai. Amém para Mãe Terra. 
topo
imprimir

O petróleo e o recursos naturais

A decisão corajosa, radical e de compromisso com o eleitorado do presidente Evo Morales, da Bolívia, ao anunciar para o mundo a nacionalização dos recursos naturais do seu país, pegou o Brasil e diversos outros países dependentes das reservas dos hidrocarbonetos bolivianos, de surpresa, ou calça-curtas, como preferiu classificar alguns. Ingenuidade, imaturidade política e diplomática, comodidade e falta de preparo do governo brasileiro achar que acordos políticos mal costurados podem se perpetuar incondicionalmente.

O fato é o índio boliviano está defendendo a nacionalização das riquezas do país em nome de compromissos com a base da pirâmide que está mais abaixo, na escala de poder aquisitivo, e mais acima, nas montanhas, nos Andes, onde resiste a cultura de um povo historicamente massacrado em seus direitos e que vê em Morales, a esperança de poder garantir o acesso à riqueza, não através da exploração do capital estrangeiro, instalado naquele país de forma ilegal e sem compromisso com a preservação do meio ambiente.

Como bom índio Morales vem proliferando esse discurso da defesa das reservais naturais e como político astuto, rápido e com vontade de se mostrar ele vem costurando alianças que rompem e balançam a tão desejada liderança do presidente Lula no Cone Sul. A criação da Alba como oposição ao grupo liderado pelo Brasil e que integra também a Argentina é o começo de uma grande cisão no começo do que poderia estar se esperando do fortalecimento político das esquerdas na América Latina.

 Essa fragilidade e falta de coesão política dos governos dos países da América do Sul deverá ter conseqüências econômicas na cadeia de produção de insumos como o petróleo. E o alerta, por outro lado, de que o Brasil ou qualquer outro país do mundo, não podem continuar da dependência do petróleo e gás para a geração de energia e todo os sub-produtos dela resultantes.

A decisão radical de Morales pode ser um alerta de que como bom índio, e preocupado com a Mãe Terra, de onde saem o ar, a água, terra e o fogo para a geração de todas as formas de energia, o Planeta e os seus dirigentes regionais, precisam e devem, urgentemente, se preocupar e colocar como prioridade a geração de novas formas de energia. Um país altamente biodiverso como é o Brasil não precisa chegar ao fundo do poço no esgotamento de recursos naturais, como é a Alemanha, por exemplo, para começar a desenvolver uma política responsável e urgente para a geração de novas formas de energia, seja a partir dos ventos, das águas, das plantas, bioenergia e de outras formas em estudos nos laboratórios e até quintais de gente sábia, espalhada por esse Brasil afora.

Que a Petrobrás, que tanto acreditou em Morales, e na sua soberania como empresa de grandes investimentos na Bolívia, não possa se dar ao luxo de deixar para depois questões realmente urgentes, como é a das reservas energéticas para um país que precisa trabalhar e gerar renda, como é o Brasil, e também a pobre e esquecida Bolívia. 
topo
imprimir

Moradia e Degradação 

“A terra é um paraíso e o homem inventou de fazer um inferno daqui”. A frase, dita por Tom Jobim, foi um desabafo de um morador da cidade do Rio de Janeiro onde acontece um dos mais evidentes processos de ocupação desordenada de áreas urbanas. A falta de planejamento, políticas de sustentação do homem no campo, implementação efetiva da prometida reforma agrária, o aumento da especulação imobiliária e a propaganda enganosa de que nos grandes centros estão novas oportunidades de trabalho, são fatores que vem contribuindo para fenômenos como insegurança, tráfico de drogas, falta de saneamento básico e inchaço urbano, num ciclo de exclusão, incontrolável, a curto prazo.

A ocupação de encostas e áreas de proteção ambiental, onde a presença da natureza ainda não foi destruída pela “civilização da fumaça” têm sido alvo de famílias vítimas do êxodo rural. Essa ocupação desordenada desencadeia uma série de problemas ambientais como a queda de árvores centenárias e nativas da mata atlântica, desestruturação de ecossistemas importantes para a garantia da qualidade de vida, e outras estruturas naturais essenciais para a construção da cidadania.

Em épocas de chuvas, nas grandes cidades brasileiras, observa-se que os sobreviventes das tragédias continuam sua via crucis para a garantia da tão sonhada moradia digna. Os resíduos sólidos e líquidos despejados ruas abaixo se constituem como os grandes inimigos de ambientes limpos. Esse quadro constante nas manchetes e jornais bem que já poderia ser evitado através da divulgação de informações que mobilizem cada morador, cada estabelecimento comercial, cada cidadão, para a prática de ações como a coleta seletiva em suas próprias habitações. Isso substituiria a atual e criminosa cultura de se colocar o “lixo” nas ruas, nas portas das casas, misturados nos conteiners, sujando o que poderia ser reutilizado, contribuindo para os graves problemas da saúde pública, que leva milhões de reais dos recursos advindo das contribuições de taxas e impostos pagos pela própria população.

Se o governo tivesse como prioridade política uma solução para os graves problemas sociais, como o do inchaço urbano e suas infindáveis consequências, apoiando projetos de agricultura familiar, de distribuição de terras e incentivo a culturas tradicionais das cidades do interior, poderíamos hoje vislumbrar o início de um Brasil cuja riqueza pudesse estar contribuindo para o equilíbrio das relações interpessoais. Num país onde a cultura indígena foi o começo de tudo e quase que a exterminamos, ainda não aprendemos a sábia forma de viver dos índios, que só tira da terra aquilo que realmente necessita, em nome da preservação da Mãe Terra. Amém. 
topo
imprimir
Alternativas alimentares 

Você já experimentou uma moqueca de bago de jaca.? E um doce de casca de banana? Imagina a delícia que é um suco da casca do abacaxi,. E para quem gosta de trigo, já pensou em fazer um bolo de pão velho, ou das sobras de cuscuz, com os mesmos ingredientes de um bolo comum, acrescido do talento para reaproveitar, não desperdiçar, inventar ? É a uma nova cultura que começa a tomar rumo para o “Desperdício Zero, Lixo Zero”, através da agregação de valores como racionalidade, criatividade, e desenvolvimento das potencialidades como forma de enfretamento a problemas sérios como fome, miséria, exclusão e falta de cidadania. Bom seria que essas receitas de bravura pudessem se alastrar Brasil e mundo afora. Esta semana visitei um projeto que dá esperanças para uma nova forma de olhar, integrar e se adaptar às exigências da Natureza para a harmonia do Planeta.

O exemplo vem do setor sócio-ambiental da CLN, na estrada do Coco, Litoral Norte da Bahia, e está começando a despertar a atenção de outras empresas, interessadas em multiplicar políticas de ações sustentáveis em áreas de comunidades de baixa renda. O que fez a assistente social da empresa? Em suas andanças, visitas e atendimentos a solicitações de associações de bairros, moradores, escolas, famílias e organizações do terceiro setor, no entorno da estrada do Coco, a profissional, percebendo a carência e os desafios para o enfretamento da pobreza potencializou, politicamente, aquela demanda no Projeto Alternativas Alimentares e Agricultura Orgânica, cujo objetivo é promover a alimentação saudável, com uma dieta nutritiva e de baixo custo, com aproveitamento integral dos alimentos que vem, muitas vezes, dos próprios quintais das comunidades beneficiadas.

Essa riqueza natural dos quintais e áreas públicas, privadas ou reconhecidas como biodiversas, existentes ao longo do Litoral Norte, ainda não tinham sido percebidas pelas comunidades como a grande fonte de geração de pratos alternativos, novos e de alto valor protéico quando aproveitados integralmente, incluindo aí cascas, caroços, folhas, talos, raízes, e outras partes de frutas, legumes e hortaliças e tubérculos que, habitualmente, iam parar no lixo, erradamente, alimentando o desperdício e os sérios problemas da falta de saneamento. Dos ricos e diversos quintais de famílias pobres, surgiram idéias inovadoras, com mudanças de hábitos em relação ao uso e manuseio de frutas, legumes, hortaliças e um sem número de produtos alimentícios que estavam sendo desperdiçados, mal utilizados, jogados fora e até esquecidos pelos moradores.

O projeto de Alternativa Alimentar é simples de ser aplicado e exige apenas dois importantes ingredientes, a responsabilidade sócio-ambiental de uma empresa com a vontade de ajudar a comunidade onde atua, e a mobilização das comunidades necessitadas de apoios. Essa receita está fazendo sucesso na Ba 099- Estrada do Coco, litoral Norte da Bahia. Fome é coisa do passado, de gente que ainda não descobriu como é fácil, simples, barato e transformador participar de projetos como o “Alternativa Alimentar”, cuja base é a criatividade da própria comunidade, que, a cada novo curso, aparece com novos pratos, criando uma nova receita, deliciosa, nutritiva e barata, gerada da própria diversidade de legumes, hortaliças, frutas e plantas que a natureza local lhes oferecem.

E, se um local, uma comunidade, uma área de moradores, ainda não tem essa riqueza, começa a plantar, como outros já estão fazendo, para gerar e agregar valor. Aí começa um outro projeto de apoio ao da Alternativa Alimentar, que o Projeto da Agricultura Orgânica.

Entre seus princípios está a alimentação saudável, com alto valor protéico e de baixo custo, para a garantia das geração do presente e do futuro. É a introdução de uma nova forma de se alimentar, de viver com qualidade, de potencializar as riquezas naturais e multiplicar isso com os filhos, vizinhos e localidades da região, rumo à construção de uma rota sustentável, um caminho livre para a cidadania, uma via carregada de coragem, uma estrada cheia de oportunidades e que, além de segurança oferece oportunidades para potencializar a riqueza que ali está e que só precisa ser usada de forma racional, cuidadosa, integrada, como pressupõe os princípios do novo paradigma da sustentabilidade: usar sem abusar, sem degradar, preservando, equilibrando e garantindo a sustentação para o outro, para as futuras gerações. 
topo
imprimir
Cultura de reutilização 

Se o Brasil levasse a sério a Campanha do Desperdício Zero, rumo ao lixo Zero, que requer, sobretudo e unicamente, mudanças de comportamentos, os ganhos econômicos, culturais, de saneamento e de saúde, só para começar, formariam elementos para uma revolução ambiental. Assistindo, esta semana, na TV Escola, Canal Fechado, um programa sobre as atividades diárias de crianças em países como Alemanha, França Canadá e até de lugares como Uganda, na África, ouvimos depoimentos de crianças e adolescentes, de diversas classes sociais, que usam sucatas, restos de papel, sacos plásticos, pedaços de madeiras e uma infinidade de materiais que normalmente iriam formar o velho lixo, sendo transformados em lindos e criativos brinquedos. Além de incentivar a criatividade, ocupar o tempo com arte, sentir orgulho do resultado do trabalho e se divertir, a criança pôde desenvolver a auto-estima e a cidadania, contribuindo para a preservação do meio ambiente.

Quer fazer um teste de como está o nosso subdesenvolvimento em relação a atitudes como as descritas acima. Peque o lixo de sua casa. Tente separar o que está formando aquele saco sujo, fedorento, cheio, transbordando pelos furos, sendo um prato cheio para os cachorros e ratos que o aguardam no contêiner lá da rua, ou, se não tiver o contêiner, o chão mesmo, como é a prática mais constante. Mas, vamos fazer um esforço enorme, botar um pedaço de pano no nariz e vamos abrir o saco. Com certeza aquele lixo, do dia da semana ou até da quinzena, como costumam acumular muitas casas, vai conter, pelos menos, cinco ou seis tipos de materiais diferentes.

Que tal arriscar assim: uma garrafa pet, umas caixas de papelão, embalagens plásticas de alimentos secos tipo: bolacha, pão, embalagens plásticas meios úmidas, tipo sacos de carne, presunto, queijo. Com certeza tem ainda embalagens de ovos, um pedaço de pano sujo, que foi utilizado, na pressa, para uma limpeza do chão e depois jogou fora porque ficou com nojo, acrescente aí uns restos de comida (que não deveriam estar ali naquele saco, e muito menos ter sobrado, como restos do prato ) uns pães velhos, pilhas de rádio, de máquina fotográfica, uns cadernos e até livros rasgados, revistas, jornais, rascunhos, contas velhas de luz, telefone, quem sabe uma panela furada, uma garrafa térmica quebrada, lâmpadas queimadas e por aí se formando o nosso perigoso lixo.

Se começássemos a desenvolver a cultura da reutilização, ou seja aproveitar algo, como um vidro de maionese, para servir como porta alguma coisa, ao invés de comprarmos os tais porta alguma coisa; se devolvêssemos a idéias de alimentar a criatividade das crianças em oficinas de artes, nos bairros, em cada escola que fica ociosa num determinado turno ou que não utilizada tal sala ou tal espaço da escola, da associação de bairros, num horário diferentes das aulas, poderíamos não só agregar valor cultural e artístico para a formação de crianças e jovens cidadãs, como estaríamos contribuindo a busca do equilíbrio, da qualidade de vida, para a diminuição da violência, para a saúde público, para o passivo ambiental, que precisa de mais de 180 milhões de reais para ser resolvido e, muitos e muitos outros problemas que temos, com a falta de cultura sobre a não formação de lixo, ou seja, de reaproveitamento do que descartamos, de imediato, por pura falta de cuidado, falta de visão do todo, alimentando a cultura da preguiça, da comodidade e de outras faltas que ainda precisamos nos livrar para sermos um país civilizado, cidadão, sustentável. Amém 
topo
imprimir
MUDANÇA DE HÁBITO 

No Brasil, na Bahia, já existem escolas, empresas e instituições, que aderiram à idéia da coleta seletiva do lixo. Nos corredores desses espaços coletivos observamos que há vasilhames de plásticos, com as suas devidas especificações de produtos como plásticos, papel, alumínio, vidro, etc. A intenção dos idealizadores da coleta seletiva é fortalecer o novo paradigma da sustentabilidade. Mas, estamos concluindo que não adianta apenas colocar os vasilhames específicos, é necessário, paralelamente, difundir, também, o porquê da coleta seletiva.

A cultura do mau hábito, ou seja, de jogar o lixo em qualquer lugar, ainda prevalece. O aluno da escola, o funcionário da empresa, não tem o cuidado de ler ou fazer a relação da cor com o produto especifico para a coleta nos vasilhames. Nessa pressa o vidro vai para o vasilhame do plástico, o orgânico vai para o de alumínio, o papelão vai para o orgânico e, continuamos sem concretizar a proposta de educação ambiental que tem na mistura do lixo um dos seus grandes problemas sociais..

Na primeira palestra de 2006 das “Quintas Ambientais” promovida pelo CRA da Bahia, o jornalista André Trigueiro revelou dados como o de que para o Brasil promover o seu saneamento básico, hoje, seriam necessários cerca de 40 bilhões de reais. Sabendo que para o saneamento é necessário, primordialmente, o controle da destinação do lixo a partir de cada casa, escola, hospital, a sociedade está sendo convidada a promover o “Pacto Doméstico para a Coleta Seletiva do Lixo” promovido pelo Movimento AMA – Amigos do Meio Ambiente.

Nesse pacto cada residência ou estabelecimento de ensino ou comércio, não só educaria a sua comunidade para fazer a coleta seletiva do seu lixo, como justificaria os ganhos sociais e econômicos que cada um teria na simples mudança de comportamento, ou seja, deixando de jogar o lixo em qualquer lugar, para, apenas, colocar no vasilhame certo, aquilo que esta indicado.

No bairro do Imbuí, no condomínio Rio das Pedras, por exemplo, o morador Adam Barreto disse que já está realizando este procedimento, que tem o apoio dos moradores. Os ganhos econômicos obtidos com a venda de latinhas, vidro, papelão e outros produtos deverão estar sendo revertidos para os benefícios e reivindicações feitas pelos próprios moradores, como jardinagem, manutenção de espaço esportivo, segurança, etc.

Em lugares como Los Angeles, nos Estados Unidos, 65% do lixo doméstico ou das empresas, já não estão mais indo para as portas e sim para a reciclagem direta nos lugares que promovem essa política. No Brasil, onde o desemprego sempre foi um grande problema social, os catadores deveriam já estar com a sua atividade regulamentada e reconhecida como um grande aliado para a sustentabilidade, agregando valor econômico e de saneamento para o bem da saúde publica.

A AMA esta fazendo parcerias com empresas de serviços fotográficos, como a Objetiva, para a doação de potinhos de filme, que estão sendo utilizados como porta-bituca de cigarros. Porque, uma bituca, mais uma bituca, no chão, são duas bitucas, e, uma bituca, menos uma bituca, é zero bituca. E essa é a meta. “LIXO ZERO” 
topo
imprimir
Desafios políticos (21/03/06) 

Se o Brasil já começa a ser citado como um dos países, entre os maiores poluidores do mundo, e os Estados Unidos insiste, ainda, em na liderar a política contra a emissão de gases poluentes, porque nós ambientalistas brasileiros, não começamos uma campanha que possa favorecer o Brasil a começar essa liderança por uma causa tão polêmica e urgente? As redes de Comunicação que tão bem vem funcionando no Brasil, via internet, poderia começar a divulgar as campanhas contra o Desperdício de Água, Energia, Alimentos, Papel e outros produtos, que há quatro anos vem sendo feita, sem nenhum apoio, pelo Movimento AMA - Amigos do Meio Ambiente, em escolas, praças públicas, universidades, internet, shows, restaurantes, shoppings centers, trilhas, seminários, oficinas e diversos outros espaços.

Pelos estudos e informações que a Ciência vem divulgando o Planeta Terra não terá mais condições de suportar os efeitos do uso do petróleo. Que país melhor que o Brasil poderia liderar um movimento popular em defesa de uma política séria nos estudos para o uso de energias alternativas de fontes como o vento, o sol, o mar, as plantas específicas para esse uso?

As universidades e faculdades ligadas à área tecnológica e ambiental ainda não demonstram, ao menos publicamente, seriedade na discussão de problemas importantes como a falta de pesquisa sobre o uso eficiente de tecnologias limpas em favor da preservação da matriz energética. As empresas brasileiras, sedentas de marketing verde, também não demonstram interesse em apoiar projetos que trabalhem na perspectiva do lixo zero, do uso sustentável dos recursos naturais e ainda demonstram descaso e até preconceito com ambientalistas cuja visão transversal, multidisciplinar, integrada, holística é realmente preocupada com os efeitos da política de incentivo ao consumo exagerado e irracional capitaneada por países apressados, como os Estados Unidos.

Já vi empresário abrir a boca e dizer para educador ambiental.” Vá trabalhar, deixe de maluquice” sobre campanhas a favor da coleta seletiva do lixo. É tão inacreditável que ainda hoje, com todos os “avisos” que a Terra vem dando, pessoas que representam importantes setores de produção da sociedade ainda achem que é não é trabalho defender o meio ambiente, lutar pela preservação da vida, mostrar que a revolução ambiental está, apenas na mudança de mentalidade, de comportamento, em deixar de fazer o que é sujo, para fazer o que é limpo. É tão fácil que fica difícil. Amém. 
topo
imprimir

A terra e os conflitos (14/03/06) 

Quando o presidente Lula, ainda em campanha, uma das suas principais lutas era o combate aos latifundiários, ao histórico processo brasileira da concentração da terras nas mãos de poucos em confronto com os milhões de famílias sem teto e sem terra. O Norte do Brasil, que é quase um país ou até um continente em relação a países europeus, por exemplo, sofre com a falta de política de Reforma Agrária, tão veementemente prometida pelo governo Lula, associada ao processo histórico de grilagem, assassinatos impunes e à falta de recursos para o incremento da agricultura familiar.

Temos, ainda, o perigo eminente de pessoas que queiram se envolver na luta sindical para tentar garantir direitos que já estão assegurados pela Constituição. Temos tido muitas denúncias de sindicalistas que são perseguidos pelos comerciantes, pelos donos de terra e até políticos mascarados, que usam outras pessoas para encomendam, a preços tabelados, a morte de quem luta contra a manutenção de seus interesses. As mulheres ficam viúvas, os filhos sem amparo, sem emprego, e a impunidade é a regra.

Será se novo discurso de Lula ou dos novos presidenciáveis a Reforma Agrária continuará sendo apenas um mote para o fortalecimento de propostas que realmente interessam à população pobre, mas que, nem mesmo o presidente Lula, com toda a sua história de nordestino sem terra, conseguiu fazer valer a esperança que o povo tão bem intencionado depositou nele, a grande promessa de mudança?

O Norte do Brasil, o oeste da Bahia, continuarão sendo especulados e entregues nas mãos, de graça, ou em troca de acordos políticos, para aqueles que sempre tiveram poder sobre as terras? A soja, os pastos de gados e búfalos, continuarão sendo prioridade para a pauta de exportações brasileiras em detrimento do incentivo à agricultura familiar que realmente poderia se constituir como o grande avanço para a proposta internacional de Lula no combate à fome e à pobreza? Ou continuaremos a ter milhões de brasileiros sem nem um metro quadrado de terra para plantar? 
topo
imprimir

O Transporte e o Desperdício (08/03/06) 

Ouvi, de um ex-garimpeiro de ouro, que trocou essa atividade, altamente perigosa, injusta e instável, pela criação de galinhas de quintal, já que vender frutas, por exemplo, segundo ele, é inviável diante do sério e histórico problema do transporte de pessoas ou mercadorias pelo interior do país. Seu Orlando José dos Santos, seu Zé das Galinhas, mora na região de Catolés de Baixo, município de Abaira, Chapada Diamantina, área de preservação ambiental onde estão localizados patrimônios naturais como o Pico das Almas (Rio de Contas) e Pico do Barbado, o maior do Nordeste, com 2.033 metros de altura. Essa região é repleta de água de primeiríssima qualidade, solo fértil pra tudo, inclusive pro cultivo de café, morango, manga, goiaba, banana, laranja, tangerina, limão, jaca e muitas outras frutas da nossa biodiversa natureza.

Mas, Seu Zé das Galinhas não vende frutas não é porque não quer não!! é porque não existem as condições mínimas favoráveis para o negócio. Vamos explicar. As frutas apodrecem no chão, criam mosquitos, até fertilizam o solo. Mas, essa fartura, esse desperdício, essa sobra em demasia, com certeza faz falta em outros lugares, não muito longe, mas, ali, bem pertinho, em lugares vizinhos, em casas de famílias que não têm tanto terra disponível como outras.

 Mas, porque seu Zé das Galinhas e muitos outros José, Pedro, Antonio, Orlando, Raimundo, e fulanos de tais, não conseguem vender, transportar para outros lugares, porque, primeiro: as estradas são muito ruins, até mesmo as rurais, carros topa-tudo, têm dificuldade de trafegar; segundo: porque os fretes, em lugares de poucos carros, são muito caros, complicados. “A gente não vende, vê as frutas apodrecendo e os bichos sem dar conta de comer, porque o frete é muito caro, o preço é maior do que o que a gente poderia apurar vendendo as frutas”, diz seu Zé, que nem levou em consideração o tempo que leva pra molhar, adubar, o trabalho que dá pra cuidar, embalar e guardar quando isso se torna a única alternativa pra dizer que está trabalhando em alguma coisa, mesmo que seja pra pagar pra trabalhar, pra não ganhar nada, pra não morrer de tédio e de desesperança diante de tanto desrespeito e falta de garantia de uma vida digna.

A falta de estrutura das rodovias e a ausência de uma política de incentivo ao transporte ferroviário vem sendo discutido entre quem sofre com a sua falta, e o Governo, ah, o governo, mesmo um governo como o de Lula, que tão bravamente combateu, antes de estar no Poder, essa ausência de Política de Transportes, inclusive o de Cargas, não vem dando a mínima, não tem sinalizado nada em favor do transporte de massa, de cargas e de transportes de mercadorias simples e necessárias, como as frutas e legumes, de um lugarzinho, um distrito, para a sede do município, há pouquinhos quilômetros de distancia de um pára o outro. Na roça da Comunidade Quilombola de Bananal, distrito do município de Rio de Contas, também na Chapada Diamantina, a tia do mestre Orlando, exímio guia e um verdadeiro amigo do meio ambiente, os turistas que eles levam para conhecer a agonia e resistência do seu povo, não compram e não dão conta de consumir, de imediato, as gostosas mangas, goiabas, jacas, canas e outras frutas do lugar. Com a bacia de alumínio, cheia de mangas, na cabeça, a tia de Orlando sabe que as galinhas também não vão dar conta das mangas que ela ficou parte do dia catando ou tirando do pé, com carinho, pra não machucar.

 Os filhos, netos, amigos, vizinhos e até visitantes que mereçam algum agrado, não darão conta de comer ou chupar todas aquelas frutas e o que poderia se tornar fonte de renda, até através de incentivos na industrialização, vamos dizer caseira, de doces, compotas, frutas desidratadas e polpas, não recebem incentivo nenhum, nem do empresariado, ganancioso como sempre foi. Enquanto isso, um grande galpão de zinco, instalado na comunidade, começa a enferrujar e intrigar visitantes mais atentos. No país da fartura o desperdício é alimento para a fome, a falta, o contra-senso, a injustiça, a insensatez e a indignação pela irracionalidade de homens desatentos e insensíveis ao que ronda seu próprio nariz. 
topo
imprimir

O cuidado de cada um


De que maneira, nós, cada um de nós, contribuímos para a preservação ou degradação do planeta?. Poderíamos nos perguntar, de vez em quando, concorda? Sem ter muito alcance às teorias modernas sobre as transformações porquê passam o Planeta Terra, podemos constatar, dia após dia, que a atividade humana vem contribuindo, perversamente, em suas diversas formas de produção e organização, para o grave problema do aquecimento global.

O Homem e o Planeta ainda estão em desarmonia. A pressa consumista vem cegando um olhar mais detalhado e cuidadoso é necessário para a preservação do diverso, rico e sustentável ambiente, onde a Natureza, e sua complexa sapiência, vem garantindo vidas, nesse Planeta Azul.

Tem gente que ainda acha essa discussão inócua, sem sentido e distante de uma realidade cujas prioridades, passam, por exemplo, pelo nível ações no mercado financeiro ou pelas projeções dos números em mercados internacionais. A cultura do descartável, rápido, cômodo e substituível, é o que interessa. Não lhes convencem ou sensibilizam projetos e campanhas que lutam por exemplo, contra o desperdício de comida, água, papel ou energia. Essas atividades ainda estão associadas a concepções preconceituosas, como “românticos”, “loucos”, ou dos, “sem ter o quê fazer”.

Num ambiente onde ainda exista empresário com visão de mercado que não agregue ação de responsabilidade social em benefício comunitário, a sustentabilidade de qualquer idéia estará comprometida. O bem que fazemos a uma pessoa, a um outro animal, a um ambiente pequeno, a uma casa, a uma rua, bairro, se cidade, se propagará como energia positiva para ambientes maiores, macro, espaciais.

Por quê se fortalece a idéia de voltar ao campo, morar mais afastado do burburinho da cidade, do centro urbano, das grandes metrópoles, do corre-corre ?. Quem, mesmo com uma mansão na cidade, não quer ter uma casa de campo, de praia, de veraneio, uma roca,uma fazenda, um sitio?. No campo, no interior, nas pequenas cidades rurais a presença da harmonia com a natureza é sentida bem perto, nas folhas das árvores, na terra, no ar, no correr das águas dos rios, nos cocorichá das galinhas no terreiro, dos pássaros voando, no coração do povo nativo, de alma pura, atos corajosos, espírito guerreiro e mente resolvida, com a vida. Perto desse povo surge também o alívio sobre um certo sentimento de indignação, nojo, raiva da superficialidade, agonia, estresse e loucura insana de gente pessoas sem compromisso com a vida, digna.
A pergunta sobre a nossa responsabilidade diária com a preservação do planeta deve ser feita, mesmo, constantemente, o tempo todo, porque nunca paramos de viver, um só instante dos momentos que uma vida inteira, nos reserva, com mais ou menos tempo, com mais ou menos histórias, com mais ou menos prazer, dedicação, entrega.

A transformação dos ambientes naturais se dá através de cada gesto, no andar, no comer, no fumar, no falar, no jogar fora, no mentir, omitir, zelar, quebrar...e, se cada gesto desse for voltado para a construção de algo bom, com certeza, teremos um resultado bom, harmonioso. Do contrário, é como a matemática, dá o contrário também, porque a mudança objetivou um resultado mal. Como diriam alguns é questão de escolha, de posição, de desejo, de sonho, de compromisso ou falta dele. O desafio continua sendo resistir nessas diferenças de objetivos.

Liliana Peixinho * - Jornalista ambiental, correspondente da Folha do Meio Ambiente, na Bahia, coordenadora da AMA – Amigos do Meio Ambiente. Projeto sobre o Papel da Mídia na Construção da Cidadania Sustentável .
topo
imprimir
Revolução Ambiental 

A mudança de comportamento com relação aos diversos meios onde se vive a vida, cotidiana, seja em relação a uma atitude perversamente degradadora, como são, ainda, algumas políticas empresariais; seja por mais ou menos uma baga de cigarro que se joga ou se deixou de jogar no chão, é que vão fazer a grande revolução ambiental.

Não adianta justificar a falta de ação em cima da falta de recursos financeiros porque tem entidade, instituição, Ongs e órgãos governamentais ou empresarias nadando em dinheiro e não sabem o que fazer com os recursos para, efetivamente, verem os resultados em ativos ambientais. Jogar uma ponta de cigarro no chão, no mar, no rio, na mata, em qualquer ambiente que “normalmente” se joga , pode não representar nada para uma cada dela, mas tem um efeito devastador quando somadas, aos bilhões.

Cada crise que estamos vendo mais evidencias hoje tem suas raízes, suas origens em comportamento como esse, da bituca de cigarro, e se estende para os restos de comida dos pratos, das lixeiras, das cozinhas, das esquinas, dos bairros, das cidades, dos estados, dos paises, dos continentes, até chegarmos à totalidade do Planeta. O problema, é que nesse caminho, que parece longo, mas não é para a ciência e para a consciência, muita gente se perde, não tem a dimensão da importância do seu ato, seja para a preservação ou para a degradação.

Participando da lista de discussão de algumas redes de comunicação ambiental , como a REBEA e a REBECA, vi um texto, exemplar, sobre este tema, que permita colega Liana, vou transcrevê-lo, em parte, para reforçar nossa idéia, acima. O titulo é altamente sugestivo e justifica o conteúdo que se segue. “È preciso mudar já” - “Estamos vivendo uma crise ambiental, social, política, ética, ecológica, sem tamanho, que pode trazer junto consigo mudanças traumáticas pro mundo todo. A do clima é a primeira da fila. Depois vem a água, a comida, o ar, e por aí vai. Os caras que vem discutir biodiversidade e biosegurança sabem dessas coisas mas não sei se leram Morin, Leff, Capra, Maturana; ou se leram entenderam?

É preciso mudar já:o tipo de pensamento simplificador e reducionista usado pela ciência, ensinado nas escolas de todos os níveis, para o pensamento contextualizador e interdisciplinar, muldimensional e aplicá-lo em todas em todas as especialidades e áreas do saber e da atuação humana; - a racionalidade econômica que rege os assuntos políticos, econômicos, científicos sociais e humanos em geral, pela racionalidade ambiental, que considera a totalidade, acata a complexidade e acima de tudo inclui o fator ambiental nos conceitos de custo e benefício. hábitos de vida, conceitos de conforto, estética, riqueza, miséria, saúde, doença divulgados pela mídia; e aplicar já tecnologias sustentáveis na administração de cidades, no comércio, indústria, ciência e tecnologia, a serviço da reordenação das prioridades econômicas, sociais e políticas, no esquema produção e consumo, visando a promoção de condições de sobrevivência da espécie humana - humanidade - de todas as demais espécies que vivem neste planeta; é preciso parar de considerar a natureza o simples cenário em que o ser humano vive sua história; ela é parte integrante dessa história e talvez a mais importante de hora em diante, podendo mudar os seus rumos a qualquer momento e em qualquer lugar é preciso buscar alternativas de trabalho e emprego pra milhões de pessoas, que não sejam poluentes, devastadoras, envenenadoras é preciso considerar o que ainda resta como patrimônio comum da humanidade, a ser cuidado, conservado, preservado, protegido e utilizado em benefício da melhoria da qualidade de vida do conjunto dos seres humanos e das demais manifestações da vida”. O erro da falta dessa visão é histórico, demorará muito consertá-lo mas chegar logo se começarmos imediatamente já, nesse momento, após a leitura deste texto. Amém.

Liliana Peixinho “ – Correspondente da Folha do Meio Ambiente, coordenadora da AMA- Amigos do Meio Ambiente www.amigodomeioambiente.com.br 
topo
imprimir
Esperança civil 


Em 2005 a falta de ética, de respeito ao outro, de compromisso e cumprimento de acordos prévios, dominaram as manchetes da imprensa. O uso de privilégios, a falta de decoro parlamentar e até mesmo a violência física foram atos cotidianos de políticos eleitos por um povo que tinha esperanças em ver os seus anseios, os seus direitos, a suas necessidades canalizadas para a melhoria da qualidade de vida dos eleitores, dos cidadãos brasileiros.

O ano de 2005 foi altamente positivo para dar transparência, para vir à tona, em público, uma série de escândalos que nos envergonham como cidadãos cumpridores dos nossos direitos. Mas, por outro lado, descartou a hipocrisia, o cinismo, a cara de pau de homens públicos insensíveis, sem nenhum compromisso com a construção de uma história que nos orgulhe como Nação.

Que em 2006, ano de Copa do Mundo, ano de eleição para governador, presidente, os fatos e as evidências de 2005 e comprovações dos erros políticos não se repitam para que a esperança da implantação da verdadeira democracia, não seja uma utopia. Que não possam ter sido em vão a histórica luta pelas diretas já, o sangue o suor e as vidas de muitos que lutaram e não conseguiram alcançar o grande ideal da liberdade democrática.

O povo brasileiro, corajoso, guerreiro e sábio, merece e precisa acreditar na possibilidade de ver as nossas leis, que foram baseadas no Direito do Primeiro Mundo, realmente possam ser garantidas sem muita burocracia. Sem precisar recorrer ao famoso “Jeitinho Brasileiro”, sem que tenhamos que solidificar a cultura da corrupção e sem que percamos a esperança na civilidade.

Como povo de fé inabalável, bravura reconhecida e espírito verdadeiramente solidário, o brasileiro continuará indo às urnas acreditando que seu voto possa ser representativo de um sonho nacional, o sonho da construção de uma cidadania verdadeiramente sustentável, com harmonia entre o que se necessita ter, entre o que o Governo planejou fazer, e o que a grande Matriz Energética chamada Natureza pode nos dar sem se rebelar. Amém.
topo
imprimir

Por um 2006 Sustentável


Ano novo é sinônimo de esperança, mudança, desejos, vontades. Para isso tentamos esquecer os fatos ruins que marcaram o ano, os pesadelos, as catástrofes, podridão dos maus políticos, as mortes indesejadas, a derrubada das florestas, os discursos mentirosos, e um sem número de fatos e atos que marcaram cada dia de 2005. Um relatório recente da ONU intitulado “The inequality predicament” (traduzido num texto de Frei Beto como “ A Encruzilhada da Desigualdade)” faz um retrato do Planeta Terra, sob o foco da desigualdade, de forma muito real e indignante quando nos detalhamos sobre os dados.

Vamos reproduzir aqui alguns desses dados revelados no documento da ONU para que o nosso leitor tenha informações que possam servir como parâmetro para a mudança de comportamentos indesejáveis no trato com a nossa Mãe Terra. Essa macro visão é extremamente necessária para nos atermos a detalhes que fazem muito diferença quando a revolução é a mudança do comportamento individual, dentro do coletivo. E aquela história de fazer a sua parte, tipo você joga uma bituca de cigarro no chão e eu jogo uma bituca de cigarro no chão, teremos duas bitucas de cigarro no chão.

Mas, se você recolhe a sua bituca e eu recolho a minha, serão menos duas bitucas de cigarro no chão, e a meta é zero bituca no chão. Se avançarmos da bituca para o saco plástico do supermercado, para o papel de chiclete, para o próprio chiclete, a garrafa pet, o papel do chocolate, a embalagem do pão…..e um sem número de objetos de consumo que descartamos no chão, todos os dias, será fácil perceber a diferença entre a perspectiva do lixo zero, rumo ao Desperdício Zero, e as montanhas/toneladas de lixo que criamos, com os nossos maus hábitos, em cada segundo do nosso dia a dia, em cada canto deste grande país/planeta.

 E é exatamente porque poucos têm muito e muitos têm muito pouco que o lixo pode representar uma simbologia da desigualdade, do descuido com o outro, com a falta de respeito e de solidariedade, com a falta de visão dos fatos, que isolados não tem grandes efeitos, mas, quando projetados, divulgados, têm largo alcance e pode revolucionar, mudar, construir novos paradigmas, um novo mundo. Só para não esquecer, aí vão alguns dados do relatório da ONU: -

Apenas 1 bilhão pessoas, dum total de quase 7 bilhões do planeta, se apossam de 80% da riqueza mundial - A renda per capita dos países mais rico quase triplicou. Nos países mais pobres apenas 25 por cento pode crescer. - Entre 1950 e 1990, cresceu a desigualdade entre 48 países, dentre 73 que têm estatísticas confiáveis. Em 16 a desigualdade ficou estável e em apenas nove ela foi reduzida. - Em todo o mundo, metade dos trabalhadores – cerca de 1,4 bilhão, vive com menos de dois dólares por dia. Um quarto da população recebe, no máximo, um dólar por dia. - No Brasil, metade dos trabalhadores dependem do mercado informal, engrossando a multidão dos excluídos/desesperados.

- No Brasil, a falta de educação é responsável por 50 por cento da desigualdade. E a diferença média de salário entre uma pessoal com curso superior e uma sem estudos é de 814 por cento. A taxa de matrícula na universidade é de 16 por cento. Na Argentina e no Chile é de 40 por cento. Bom, para não desanimar e ter esperanças, basta por aqui. Que em 2006 possamos, com atitude, ética, responsabilidade, espírito de união, coletividade e solidariedade, ajudarmos, cada um de nós, a mudar esse quadro acima, Amém.
topo
imprimir
Fatos e discursos


Enquanto o governo libera recursos para gastar às pressas, à toque de caixa, em obras de infra-estrutura há muito esperadas; e instituições privas caçam projetos que fortaleçam suas ações no marketing verde, paralelamente milhões de pessoas tentam garantir a sobrevivência, no limite. A disparidade entre os que têm muito e não sabem como utilizar os recursos e os que têm muito pouco, ou quase nada, mas tentam, com criatividade e compromisso, garantir uma vida realmente sustentável, coerente, cuidadosa com o ambiente, é tão indignante e inadmissível quanto a irresponsabilidade do governo no trato com os recursos públicos.


No Brasil onde temos latifundiários com posses de áreas de terras maiores que países como a Bélgica e, também, onde temos milhões de famílias que não têm, sequer, um metro quadrado de área para morar ou plantar, ainda temos muito o quê lutar nas representações de Encontros de Cúpulas Mundiais que determinam as macros políticas para o Planeta Terra. Temos que ter representações que realmente façam a diferença entre o que historicamente é ou passar a ser estabelecido e o que realmente precisa ser consensualmente garantido para a construção de um novo paradigma que prime pela melhor distribuição de renda.

A política desigual de subsídios para a agricultura, a exemplo de culturas internas americana, como o algodão, que é o mais barato do mundo, tem sacrificado milhões de agricultores de outros países, numa concorrência desigual ou mesmo a falta dela no processo de abertura dos mercados. A falta de infra-estrutura das estradas brasileiras, por exemplo, ou a ausência de um transporte de cargas eficiente, seguro, rápido e barato, como o ferroviário, ainda faz do Brasil um país cuja agricultura estar mais para satisfazer as metas da balança comercial de exportação do que para a garantia da qualidade de vida do seu povo, onde a qualidade e a diversidade das nossas produções poderia nos livrar da dependência dos laboratórios químicos, que alimenta a indústria farmacêutica, cara e criminosa.

Os elogios do presidente do Bird, a programas brasileiras como o Fome Zero e a sua surpresa em ver analfabetos adultos assinando seus nomes pela primeira vez, indicam o descaso americano com os reais problemas da fome, da exclusão, que sofrem, por exemplo, o povo nordestino. O Balanço ministerial do Governo Lula, e os auto-elogios de ministros para as suas pastas, em áreas estratégicas do governo, não enganam uma população que nem sequer tem garantido um salário mínimo de R$ 300,00.

O jogo feito pela equipe do governo sobre a recandidatura de Lula à presidência do Brasil é um claro sinal da desconfiança própria de que entre os fatos e os discursos há uma realidade inaceitável para os mais atentos e sedentos da garantia de direitos. Que o povo brasileiro possa realmente estar atento entre o que se fala e o que não se faz para que possamos dar continuidade ao grande sonho de uma vida digna, justa e prazerosa de se lutar, a todos os instantes, de cada dia. Amém.
topo
imprimir
A astrologia e o meio ambiente 


A convite da diretoria da FABAC-Faculdade Baiana de Ciências o astrólogo científico Assuramaya, homem nordestino com perfil de sábio chinês, indu e visão de mundo ampliada pelos seus 50 anos de astrologia, fez lançamento, esta semana, dos livros “A Gênese do homem Deus” e “O Sermão do Mestre na Mansão da alma”, precedida de uma palestra sobre a importância da astrologia na vida familiar . “ Homem conhece o Universo e encontrarás o Deus que habita dentro de ti”, disse ele, para um público atento.

Com uma visão macro cósmica do mundo o mestre Assuramaya fortaleceu o poder da ciência, a importância do estudo, da pesquisa e das experiências de campo como instrumentos necessários ao auto-conhecimento. Responder perguntas como “de onde viemos, porque estamos aqui... para onde vamos!...”, foram provocações feitas pelo mestre, à platéia, que reagiu com dezenas de perguntas que buscam a curiosidade pela origem da vida.

Em sua peregrinações Brasil afora, o professor vem engrossando a corrente pela introdução da Astrologia nos currículos escolares. Defensor do conhecimento científico como instrumento de compreensão da vida, em sua forma mais complexa, o professor Assuramaya acompanha a política de educação do país de forma crítica, atenciosa e atuante nos espaços que se abrem para a discussão desta Ciência, como a FABAC.

“A Astrologia será a religião do futuro”, disse ele, logo após uma exposição de imagens de sistemas planetários e informações sobre a importância da preservação da Terra. Entrando no detalhe sobre o cotidiano de nossas vidas o Astrólogo defende o Mapa Astral do individuo como uma identidade, que é única, e que deveria realmente nortear cada instante da vida de uma pessoa. O estudo sobre as influências astrológicas, baseada em dados como hora e local de nascimento, podem ajudar cada um a projetar um futuro que é feito em todos os momentos. Tendo feito milhares de mapas astrais das mais variadas pessoas, o professor Assuramaya condena o uso da Astrologia de forma especulativa e reforça a necessidade de sua divulgação como Ciência presente e determinante no comportamento social.


No site www.assuramaya.com.br o astrólogo abre caminho para os estudiosos, com dirversos menus transversais, passando pela religião, ciência, política, filosofia, história, astronomia. O crescente interesse pela astrologia revela a necessidade do Homem em ter respostas para inquietações que permeiam a Ciência e a Religião, onde Deus, aparece, cada vez mais próximo. Enquanto não temos as respostas para questões como a morte, que cuidemos da vida da forma mais plena e digna. Amém.
topo
imprimir
Educação infantil e meio ambiente


Conversando sobre educação ambiental, com uma amiga brasileira, que mora há mais de 15 anos, na França, chegamos à conclusão, mais uma vez, de que as ações de prevenção, que é mesmo o grande remédio para qualquer mal, deve realmente começar em casa. Se a família ensina, dando o exemplo, mostrando, na prática, como funciona os acertos, os erros são mais raros. Se formos verificar a origem do lixo, da mistura irracional do que a princípio achamos desnecessário, num determinado momento, vamos ver que o lixo é o resultado do acúmulo de atitudes erradas, nos lugares errados.

Vejamos: você está em um parque, com o seu filho, digamos, de cinco anos, e dá um picolé para ele. Se o parque estiver bem monitorado ambientalmente, com certeza, próximo ao local da venda do picolé deverá ter lixeiras. No parque de Pituaçu, por exemplo, há três tipos de lixeira: azul, para plástico; amarela, para metal e verde para papel. Fomos conferir como anda a educação do povo e, mais uma vez nos decepcionamos. Apesar de estar escrito nas lixeiras, o tipo de lixo que deve ser ali depositado, em letras bem grandes e de forma bem destacada, a população não respeita, não tem o cuidado, não se dá ao dever de ser civilizado e apenas colocar na cesta certa, o lixo certo.

Porque não faz certo, se está ali, bem na frente, identificado de duas maneiras, escrito em cestas de cores distintas? Pois então, a mãe viu o f ilho terminar de chupar o picolé, e bem ali, na sua frente, ele joga a embalagem no chão, e a mãe, absorta em outras coisas, faz que não vê e perde a oportunidade de cuidar do futuro do filho.
Pensando nisso, um grupo de ambientalistas vem fazendo contatos e ampliando idéias para mostrar aos pais, em suas casas e em ambientes como parques, jardins, playsgrouds, praças públicas e outros espaços como é importante mostrar aos filhos, o mais cedo possível que lixo tem o lugar certo e que tudo pode ser reciclado, que pode ser transformado ou reutilizado, de forma a conservar melhor, de forma e em lugares adequados até mesmo aquilo que consideramos como imprestável, sem valor, sem utilidade, ou seja, lixo.

Se conseguirmos alcançar essas mães, tias, irmãs, professoras e principalmente as crianças que estão próximas à elas estaremos, aí sim, cuidado e garantindo um futuro limpo, sem sujeira, sem desperdício, sem tantas doenças que podem ser evitadas e com civilidade, porque é isso que o planeta precisa para continuar sendo a nossa gr ande casa. Essa mudança de comportamento é bem mais fácil, prática e barata do que consertar os erros que se acumulando viram doenças crônicas, incuráveis, como a falta de consciência e respeito com o outro. Amém.
topo
imprimir
Consumo sustentável 

Começa a ser difundido, principalmente nos países europeus, algumas campanhas para o consumo consciente, cuja política de produção da cadeia que alimenta o mercado, leve em consideração ações de responsabilidade social com a preservação da grande matriz energética  chamada Natureza.

Os teóricos do capitalismo americano criticam o atual modelo de consumo desenfreado,  irracional, que alimentador da concentração de renda mundial, onde poucos, menos que 20 vinte por cento da população mundial,  tem muito, tudo: iates, aviões, mansões e contas gordas, e, por outro lado, muitíssimos outros, cerca de 80 por cento da população total do planeta, a exemeplo da maioria dos brasileiros,  que vive sem perspectivas, na dor, na exclusão, na falta de tudo, menos fé e esperança, sentimentos típicos do desespero.

É inadmissível saber que uma família brasileira, que tenta sobreviver com um salário mínimo possa desenvolver a  prática consumista de comprar um jeans ou um tênis de marca, caro, além das possibilidades reais de compra   porque a TV ou os colegas do bairro, da escola ou da vizinhança, incutiram isso em suas cabeças.

A filosofia dos índios, por exemplo, que faz parte das nossas origens, mas que não são valorizadas como cultura atual, é de práticas sustentáveis, porque o índio só tira da terra aquilo que ele realmente necessita para sobreviver e está sempre cuidando, repondo, preservando o ambiente que ele saber ser importante para garantia de vida do seu povo.

A emissão de selos ou certidões para produtos sustentáveis deveria ser uma política forte entre os órgãos de defesa do consumidor, das Ongs e das áreas de Educação. Se, ao invés de estimularmos as campanhas de adesão ao consumismo desenfreado, irracional, desenvolvido pelos shoppings centers, em épocas como natal, Dia das Mães, das Crianças, dos Pais, etc, para alimentar uma Economia fútil e perversa, começássemos a mostrar , a divulgar, a necessidade do consumo racional e cidadão, poderíamos, quem sabe, garantir a existência , a preservação da vida, nesse já tão degradado Planeta Terra.
Amém.
topo
imprimir

Projetos e recursos 

Um crescimento da ordem de 6,23 por cento na taxa de desmatamento do pulmão do planeta, a Amazônia, com índices de 26.130 km2; ocupação humana desenfreada, com diminuição significativa da Área de Transição; Mudanças de Paisagens do Cerrado, causando desequilíbrios nos ecossistemas; entre outros, são preocupações de instituições lucrativas, como o HSBC, que recentemente divulgou um aporte de R$ 350 mil reais para distribuição em projetos de R$50 mil para instituições que trabalhem com ações nessas áreas.

A exemplo do HSBC são muitas as instituições que destinam recursos para a área de meio ambiente e são muitas também as Ongs ou iniciativas da Sociedade Civil que têm dificuldades burocráticas de acessar esses recursos para dar continuidades a trabalhos sérios, realizados apenas com o esforço cotidiano de pessoas que têm o compromisso com os projetos e as comunidades onde se inserem. É inacreditável como esse tipo de recurso acaba indo parar nas mãos de instituições que já nem precisam tanto quanto outras que ainda não têm o marketing verde para credibilizar os aportes financeiros.

Essa semana ouvir de um amigo jornalista inglês que instituições como Greenpeace tem tanto recurso para gastar e não tem projetos suficientes para aplicar ou simplesmente não aplicam tudo porque os doadores poderiam não mais doar se tivessem a transparência da disponibilidade real de caixa. Eu, que milito na área há muito tempo e não recebo doações de ninguém pedi à minha gerente do Bradesco que por favor, suspenda a minha doação que venho fazendo há anos, de R$ 12 mensal, em débito em conta, do greenpeace, porque existem instituições realmente que precisam mais e dão muito mais retorno.
Segundo informações repassadas pela REBEA o HSBC Brasil irá investir os R$ 350 mil em “projetos que promovam boas práticas ambientais aliadas a um desenvolvimento sustentável e que busquem o bem-estar e o progresso das comunidades onde serão aplicados”. Para tanto está lançando a sua primeira Seleção de Projetos Ambientais dirigida a organismos governamentais (por meio de suas Fundações), não governamentais e comunitários, legalmente constituídos no país, sem finalidades lucrativas, e que atuem no Terceiro Setor brasileiro.
A iniciativa, segundo eles, objetiva priorizar ações que visem o estudo de impacto e/ou redução de risco ambiental e fomente a sustentabilidade dos ecossistemas brasileiros.
topo
imprimir
Plantão pela Revitalização do Velho Chico 
Resistência e fé na Fazendo Bela Vista, um registro histórico, em Cabrobó, realizado durante os 11 dias de greve de fome do Frei Luis Cappio, em defesa da revitalização do Rio São Francisco. È esse o tema da exposição fotográfica e de textos que a AMA – Amigos do Meio Ambiente estará realizando em diversas cidades ribeirinhas do Velho Chico. São cinqüenta painéis, divididos em temas como “A Ilha São Sebastião”, território de resistência dos Índios Truká; a fé e a força da família de Dona Isaura e Seu Lídio; A poeira e o rio; a seca e a agua; a alegria e a tristeza; a dor e o prazer; a fé na Igreja de São Sebastião; o bispo e o povo; a política e a miséria; o não e o sim; a transposição e a revitalização; as articulações; o poder; as costuras; o acordo, o desacordo; a paz e a guerra; a fartura e a falta; o sentimento de fé; a farsa eleitoreira; os interesses políticos; e dezenas de outros temas que circundaram os diversos interesses do momento histórico de Cabrobó, entre 26 de Setembro de 07 de outubro. Para outras profissionais até depois desse período, como os cineastas Wallace e Marcelo, da Vogal, e os ambientalistas da AMA.
No dia 20 de janeiro de 2006, o casal que recepcionou o frei Dom Luis Cappio, estará realizando a Missa na Capela São Sebastião, numa grande festa na Fazenda Bela Vista, em Cabrobó, Pernambuco. A idéia é levar para o local a exposição de diversos filmes que foram rodados no local, a exemplo da iniciativa dos vídeos makers, Wallace e Marcelo, da Vogal, que trabalham no processo de edição do vasto material colhido durante o período e o pós período da greve de fome de Dom Luis, que avançou mundo afora.
O recurso água é a grande estrela dos trabalhos. A sua relação com a vida, em cada momento do cotidiano das pessoas, sejam índios, ribeirinhos, pequenos, médios e grandes agricultores, estão no olhar atento, sensível e preocupado dos profissionais que dormiram com ratos e baratas do lado, comendo poeira, literalmente, tomando água barrenta, suja dos sedentos banhos da garotada que quer se divertir, se banhar e aprende a construir, devagarinho, o valor da preservação, do cuidado, somados à presença impar e guerreira do povo truká, sua vizinhança e parentescos.
Paralelamente à exposição fotográfica a AMA pretende levar informações que linkem com as fotos para reforçar a proposta de revitalização urgente do Velho Chico. Palestras, oficinas, mesas-redondas, bate-papos, mutirões de limpeza, construção do site “guardiões dos rios” , entre diversas outras ações fazem parte do projeto “ Por um Rio Mais Limpo”, coordenado pela AMA e aberto à construção de parcerias com pessoas ou instituições que realmente estejam no “Plantão pela Revitalização do Rios”. Cidades como Juazeiro, Petrolina, Cabrobó, Barreiras, Barra, Xique-Xique e centenas de outras, estão na agenda da AMA para o contato com as comunidades ribeirinhas em defesa do Velho Chico.
topo
imprimir
Coletivos de educadores e recursos
Muitas pessoas vem trabalhando, sem recursos, isoladas, sem apoio, gastando o que não têm, se dando de forma inteira, deixando família, trabalho e outros projetos, em nome da defesa do meio ambiente, de forma purta, bem intencionada e verdadeiramente suada. As ações de educação ambiental em comunidades tem crescido muito, nos últimos anos. O voluntariado nessa área tem sido estimulante para a continuidade de trabalhos que trazem bons resultados, como a mudança de comportamento simples, como jogar ou não jogar pontas de cigarros, papel de balas, chicletes e outras embalagens, no chão. Talvez, quem sabe, quem dera, pensando nisso e para compensar essas atitudes estão abertas inscrições para um edital de formação de coletivos de educadores ambientais.
De forma abertaa, em rede e com o intuito nobre de juntar pessoas e projetos rumo a um coletivo de educação ambiental em todo o país, o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), vai liberar R$ 2,9 milhões para financiamento de projetos para estruturação e fortalecimento de Coletivos de Educadores para Territórios Sustentáveis. As propostas devem ser entregues no protocolo do FNMA ou enviadas pelo correio até o dia quatro de novembro. A data limite para recebimento das correspondências é nove de novembro.
Podem se candidatar ao financiamento, instituições do campo sócio-ambiental que desenvolvem processos formativos em Educação Ambiental, Educação Popular e Mobilização Social e prefeituras de municípios com população entre 30 mil e 250 mil habitantes. As prefeituras com número de habitantes inferior ao estabelecido pelo edital também poderão concorrer por meio de consórcio com outros municípios. Conforme informações de Marcos Sorrentino, diretor de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, o Edital é um importante instrumento de materialização da política pública de educação ambiental que o Órgão Gestor está implantando no país.
Sorrentino destaca, em texto circulando na Rebea – Rede Brasileira de Educadores Ambientais, que o empoderamento das iniciativas locais de educação ambiental passa pelo estímulo ao diálogo entre ações pulverizadas de boa qualidade, porém muitas vezes de baixo impacto ambiental. Para promover um diálogo entre o governo federal e os possíveis proponentes, foi realizada uma reunião virtual sobre o Edital 5/2005, dia 21 de outubro. Os interessados já podem entrar no site http://adi.proinfo.mec.gov.br e acessar a pagina da 2a Oficina do Edital para constituição de Coletivos Educadores, que está recebendo perguntas prévias.
topo
imprimir
O balanço da Terra
O mundo está em balanço. Com esta frase dona Isaura, índia Truká, lá da Ilha da Assunção, em Cabrobó, fez uma síntese da sua observação sobre o Planeta. Dona Isaura não sabe nem assinar o nome, mas tem uma sabedoria que bem poderia ser partilhada mundo afora, principalmente com aquele que acham que são os donos do mundo, da verdade, dos destinos do povo, do poder. Dona Isaura mora numa pequena casa, onde ao fundo ainda tem o Rio São Francisco, agonizando, mas resistindo. Ela participou, mais ativa ou tanto quanto o Frei Dom Luiz Cappio, do movimento em defesa da revitalização do Velho Chico. Às águas boas estão sumindo, o calor está aumentando, as pessoas ainda estão morrendo de fome, sede e doenças que bem já não poderiam estar entre nós, diante dos avanços da ciência em benefício da qualidade de vida no planeta. Mas, com disse dona Isaura, o mundo está em balanço e um balanço não harmonioso, revoltoso, perigoso, violento, como se estivesse dando respostas a tanta insensibilidade.
Conforme informações de estudiosos da meteorologia a t emperatura da Terra é a mais quente dos últimos dois mil anos e dados de sete mil estações meteorológicas instaladas em diversas partes do planeta indicam agravamento dramático do efeito estufa. Segundo os estudos da NASA há previsão de um calor recorde ainda em neste ano de 2005. Nos últimos cem anos houve um aumento de 0,7 graus em todo globo terrestre e na última década foram registrados três recordes históricos de ano mais quente. O que está acontecendo é muito preocupante , mas, apesar dos cientistas associarem esses fenômenos à ação humana, diante do desequilíbrio entre o que se necessita consumir e o que se tira da terra e se consome em demasia, a Economia, a Política e os defensores do capitalismo parecem ignorar o futuro e se mostram, cada dia mais, absortos em atender demandas imediatas.
Alguns ambientalistas brasileiros começaram a desenhar, recentemente, via rede de educomunicação, um grande movimento nacional contra a política perversa do Governo Lula, diante da insensibilidade e falta de compromisso com questões ambientais vitais como a água, as florestas e o ar. As toneladas de gases que sobem céu acima, todos os dias, nos diversos cantos do Planeta ainda não tiveram seus efeitos perceptíveis aos insensíveis olhos, e pulmões de humanos que mais parecem máquinas que gente. Está provada a necessidade de mudança de comportamentos que possam reverter esses efeitos. Como disse um climatologista: "Os gases estão ligados à maneira moderna de viver. Dá para reduzir o aquecimento, mas é preciso cortes profundos de cerca de 60% da emissão de gases para estancar o problema". O reflorestamento é uma maneira efetiva de reduzir o efeito estufa, mas produz resultado pequeno e funciona apenas como um paliativo. O desmatamento e as queimadas das florestas tropicais são responsáveis por 20% das emissões em relação à queima de combustíveis fósseis.
Até quando vamos ficar inertes, aceitando tudo o que acontece lá fora achando que seremos inatingíveis? Precisamos olhar o nosso planeta como nossa casa, perto e necessária para a nossa sobrevivência com qualidade de vida.Amém.
topo
imprimir
Repor é o lema, transpor é o problema
Robson, da tribo Tumbalalá, assim como Roberto, Socorro, Wanderlino, dona Dete irmã de dona Isaura, mulher de seu Lídio, índios que contribuíram para o não à transposição das águas do Velho Chico, eles, todos eles, usam adubos químicos nas suas pequenas plantações à beira do rio. Robson diz que usa porque o seu vizinho também usa e se ele não usar a praga se espalha por toda a sua lavoura. Alternativas para uma agricultura familiar orgânica devem estar contidas nas propostas do Movimento “Revitalização sim, transposição não” para a sustentabilidade alimentar dos ribeirinhos.
Engana-se quem pensa que o Rio São Francisco tem muita água e água de qualidade para a garantia de vidas. Os índios ribeirinhos das tribos que apoiaram a greve de fome do Frei Luis Cappio são um exemplo mais próximo dos problemas de saúde que têm em função das conseqüências geradas pelo mal uso das águas; seja através de barragens, do uso para a agroindústria em larga escala para garantir a pauta de exportação brasileira e dar bons indicadores econômicos para o governo Lula; seja para beber, cozinhar, ou seja lá mesmo para até, somente, tomar banho e lavar pratos. As águas do rio São Francisco, como o seu povo, carece de muito cuidado, cuidados pequenos, em cada lugar onde elas são usados, seja no fundo de uma roça de um índio ribeirinho, seja para a geração de energia para estados do Nordeste, seja para encher o pote de dona Isaura e sua grande e sedenta família. A Terra já está cansada de tanta exploração. Como ser vivo responsável por todos as nossas vidas o “planeta água” está avisando sobre os seus limites.
A insensatez e insensibilidade dos governantes para um olhar mais cuidadoso sobre os nossos recursos naturais, como a água, vem matando muita gente nesse vicioso ciclo do consumo imposto por um sistema econômico baseado na exploração da matriz energética sem dar as devidas contrapartidas de conservação. O Rio São Francisco não agüenta mais tanto esgoto, tanto plástico, produtos químicos, lixo e a irresponsabilidade de usuários inconscientes sobre a importância da água como garantia de vida.
O exemplo de resistência e fé que vivemos durante 11 dias, na Capela de São Sebastião, na Fazenda Bela Vista, em Cabrobó, Pernambuco, não pode ser ignorado para ser repetido e escandalizado como o foi, em todo o mundo, a semana passada, porque como disse o ambientalista, Thiago Porto,  morador da localidade de Tanquinho, representante da região Setentrional da Chapada Diamantina no grande fato histórico contra a Transposição: “ Repor é o lema, transpor é o problema”. Ele não entende porque depois de tantos anos de discussão o governo ainda quer tempo para fazer a população engolir um projeto que todos já sabem: continuarão beneficiando somente os grandes produtores e não os pequenos agricultores da caatinga. Porque os índios e ribeirinhos, de forma geral, sabem o valor do rio, sabem o que  já perderam, citando, por exemplo, um a um, os nomes de peixes que hoje já não se pesca, o nome de bichos que já desapareceram, de árvores que foram derrubadas, enfraquecendo a diversidade da caatinga e toda uma riqueza natural que lhes garantia um equilíbrio entre suas necessidades e o que a natureza podia lhe oferecer sem reclamar.
Os índios trukas, tumbalalas e as populações ribeirinhas, apoiando por ambientalistas, jornalistas, escritores, poetas, músicos, cineastas, atores e populações organizadas pela Igreja ou pelos movimentos sociais, estão de plantão para acompanhar o compromisso do presidente Lula em não realizar a transposição antes da revitalização. Que os R$ 350 milhões por ano, durante 20 anos, anunciados pela equipe do governo para as obras de recuperação, saneamento e outras obras para a revitalização das águas do rio possam, realmente, serem aplicadas e de forma correta, séria e honrada, como é o povo que pudemos conhecer de perto, durante, vários dias. Amém.
topo
imprimir
Resistência e fë na Capela São Sebastião
Independentemente do resultado do posicionamento público do presidente Lula, o movimento de protesto contra o Projeto de Transposição do Rio São Francisco, desencadeado pelo frei dom Luis Cappio, bispo da Diocese de Barra, Bahia, em greve de fome desde o dia 26 de setembro, balançou a sociedade brasileira e mundial sobre a importância das águas do Rio São Francisco para o povo, principalmente para as comunidades pobres, ribeirinhas. O exemplo de fé, coragem e doação de dom Luis teve amparo na Fazenda Bela Vista, de propriedade da família de seu Lídio e dona Isaura. A Capela de São Sebastião, construída tijolo por tijolo, por cada um dos irmãos, filhos, netos, cunhados e amigos desse casal guerreiro e de fé inabalável, abrigou um homem de coração e mente tão fortes que faz despertar a curiosidade das ciências biológicas para uma resistência inexplicável.
As caravanas, procissões, romarias, com mães e suas crianças no colo, senhoras e senhores idosos e doentes, com problemas sérios de locomoção, usando bastões, cadeiras de rodas, ou apoiando-se nos ombros dos mais fortes, além de políticos dos mais diversos partidos e estados brasileiros, artistas, ambientalistas, jornalistas, jovens e religiosos, católicos ou não, chegam, a todo o momento, para prestar solidariedade ao gesto corajoso de dom Luis, fortalecendo ainda mais sua luta e fé na preservação do Velho Chico, como patrimônio rico e diverso, mas cansado, explorado e usado pelos ricos para se enriquecerem ainda mais.
Dom Luis é um homem com espírito e alma impar. A carta do deputado federal Edson Duarte- PV, dirigida ao presidente Lula e encaminhada aos quatro cantos do mundo, através do Greenpeace, da AMA- Amigos do Meio Ambiente, e outras Ongs ambientais e lida, pessoalmente, aos pés de dom Luis, na sexta-feira passada, fez o santo homem chorar, como há muito não fazia, segundo os seus familiares. Que as lágrimas de dom Luis não sejam em vão e que possam, definitiva e urgentemente, enquanto ele ainda resiste, tocar o coração de um homem que hoje, dia de São Francisco, dia do aniversário do rio e dia do aniversário de dom Luis, passou a ser o único responsável pela continuidade de sua vida ou pela sua morte em nome do rio e do povo.
“Caro Lula, eu entendo sua dificuldade humana e política de, agora, desfazer compromissos e promessas, mudar de rumo. A gente sabe que a política é uma máquina cruel e poderosa, na maioria das vezes, mais poderosa que a gente. Ela costuma decidir por nós. E quanto maior o cargo, o poder, mais difícil é rever o rumo, mas, em nome de tudo que lhe é mais sagrado, de mais humano, peço, faça alguma coisa. Não permita que morra esse homem tão bom, este sertanejo por opção.” O destaque da carta do deputado Edson Duarte, homem e parlamentar que conhece bem dom Luis, sua luta e também o sofrimento do povo ribeirinho, é um alerta, sr presidente, para que o sr não deixe que seu povo, nordestino como o senhor, perca o orgulho que um dia eles tiveram ao colocá-lo como representante maior pela defesa e luta de seus direitos. Na presidência de um país cuja esperança de construção de uma nação mais justa, equilibrada, sustentável e de muito amor pelo outro, o irmão, sofredor e lutador o senhor poderia salvar o seu tão desgastado PT to, aceitando esse presente dado por um homem que votou e fez campanha para o sr.
A lentidão da sua resposta aos anseios do povo como a Revitalização Sim e Transposição Não, está levando o seu governo a problemas que poderão ser mais difíceis de solução do que a revitalização urgente do Velho Chico. É inconcebível, irracional e insensato deixar a indignação multiplicar-se velozmente, nas cabeças desse povo guerreiro, que é o nordestino., e que não pára de sair dos mais diversos lugares para vir dar o seu apoio aqui, em Cabrobó, local escolhido pelo sr para dar a arrancada inicial do projeto de transposição. O Povo espera urgente este presente para hoje, um grande e simbólico dia para o sr dizer não à transposição.Amém.
topo
imprimir
Uma vida pela vida
O ato de dom Frei Luiz Flávio Cappio, em greve de fome iniciada esta semana até a morte ou até que o presidente tome uma atitude racional em nome do Rio São Francisco, é de extrema coragem e de doação de sua própria vida em nome de futuras vidas que dependem de águas puras do cansado Velho Chico. È também uma atitude que reflete, diante da insensibilidade e irracionalidade do governo Lula, a necessidade de comportamentos radicais, extremos, para deixar envergonhado um governo que não parece se preocupar com o maior e grande bem da humanidade, á água.
Quando assessorei o deputado Edson Duarte como deputado estadual baiano fizemos várias ações em favor da reversão de uma então possível proposta de reforço à infeliz e criminosa idéia de Transposição do Rio São Francisco, que conheço de perto desde os meus primeiros meses de vida, na minha cidade natal, Barreiras. Os setores progressistas da Igreja foram mobilizados e articulados, em 2001 num grande encontro de jornalistas para reforçar a defesa da proposta de “Transposição não, Revitalização sim, urgente”.
Veio representação de todos os lugares do Brasil para a o Seminário, então denominado: “Vida para o Rio, vida para o Povo”, realizado nas dependências da Igreja Católica, na Praça da Sé, numa proposta ecumênica, de grande mobilização em favor do Rio. Vieram índios de diversos municípios banhados pelo Velho Chico, vieram representantes de Dioceses de diversos estados do Brasil, ribeirinhos das mais longínquas cidades da Bahia, Pernambuco e Sergipe. Compareceram jornalistas engajados e comprometidos com o ideal da revitalização já do Velho Chico e gente especialista no valor da água como bem essencial para a garantia da vida.
O ato de Dom Luiz Flávio Cappio bem que poderia ser evitado e o governo Lula se resguardaria de mais um constrangimento público. Lamentamos, mas apoiamos e iremos ficar com dom Luiz em todos os instantes de sua dor e sofrimento, iremos divulgar em todas as mídias, espalhar por todos os cantos e acompanhar a reação do governo, segundo a segundo porque conforme narra o próprio dom Luiz, há mais do que justificamos históricas para isso.
Transcrevemos a seguir a declaração que acompanha a carta de Dom Luiz enviada ao presidente Lula. “Uma vida pela vida ” - Em nome de Jesus Ressuscitado, que vence a morte pela vida plena, faço saber a todos: 1. De livre e espontânea vontade assumo o propósito de entregar minha vida pela vida do Rio São Francisco e de seu povo contra o Projeto de Transposição, a favor do Projeto de Revitalização. 2. Permanecerei em "greve de fome", até a morte, caso não haja uma reversão da decisão do Projeto de Transposição. 3. A "greve de fome" só será suspensa mediante documento assinado pelo Exmo. Sr. Presidente da República revogando e arquivando o Projeto de Transposição 4. Caso o documento de revogação, devidamente assinado pelo Exmo. Sr. Presidente, chegue quando já não for senhor dos meus atos e decisões, peço, por caridade, que me prestem socorro, pois não desejo morrer. 5. Caso venha a falecer, gostaria que meus restos mortais descansassem junto ao Bom Jesus dos Navegantes, meu eterno irmão e amigo, a quem, com muito amor, doei toda a minha vida, em Barra, minha querida diocese. 6. Peço, encarecidamente, que haja um profundo respeito por essa decisão e que ela seja observada até o fim."Dom Frei Luiz Flávio Cappio, OFM.
topo
imprimir
A consciência de cada um
Até onde, como e quando as pessoas estão realmente preocupadas com a preservação do Planeta Terra? Será de que maneira cada um está consciente de que cada ato que pode favorecer ou prejudicar a preservação dos nossos recursos naturais. Em que nível de informação as pessoas estão para saber que uma ponta de cigarro a mais ou menos é super importante nesse processo de condução para a preservação da Vida nos ambientes? Qual pode ser o grau de satisfação, insatisfação de cada pessoa ao praticar um ato ambiental correto ou degradador? Até quando ainda irá prevalecer aquela idéia de que: ah todo mundo joga, eu também vou jogar uma ponta de cigarro aqui, uma garrafa de pet, ali, ou uma latinha acolá? Será muito tarde quando as pessoas começarem a pensar que: “ele jogou, mas eu não jogarei, eu não poluirei, eu não degradarei, não importa se a minha contribuição é pouca, mas a minha parte nessa sujeira eu não deixarei? Ah de chegar o dia em que alguém todos dirão: Eu estarei tranqüilo de que um dia um tal plástico jogado no mar, engolido por um golfinho qualquer, em qualquer lugar dos mares, não terá a minha contribuição pela sua morte. Sabendo que essa tranqüilidade é tão benéfica para si, interna e pessoalmente, como o é para o externo, o ambiente de fora, que nos abastece e que nos favorece a vida. Assim como um mais um são dois, um menos um é zero. Quanta diferença isso faz? Comece jogando uma ponta de cigarro, mais outra, e, depois, tirando uma, e depois a outra. Um monte, cresce, e o outro, desaparece. Essa é uma grande diferença.
Nesse raciocínio consciente imaginemos alguém assim: Eu não vou precisar fazer tal ato na frente das pessoas para me sentir bem, eu vou fazê-lo sempre, com as pessoas presenciando ou em suas ausências porque o que importa é o meu ato, individual para a construção do coletivo. Se eu puder multiplicar o meu ato é claro que procurarei fazê-lo sempre, ao máximo, para do bom exemplo colhermos bons frutos na construção de um futuro limpo. Semana passada conheci uma pessoa que jogava ponta de cigarro pela janela do carro ou mesmo nas ruas. Fui impelida a lhe dizer de forma delicada, que no meu carro nada se joga pela janela do carro. Sempre tive problemas como ao dirigir, apagar o cigarro. Esta pessoa absorveu a idéia com tanta seriedade que imediatamente descobriu um jeito simples de apagar o cigarro, jogando a brasinha fora e guardando a bituca na lixeira, sem correr risco de pegar fogo em nada dentro do carro. O engraçado é que enquanto dirigia esse filho de Deus fazia questão de dar a ponta de cigarro, pagada, para o carona, jogar no lixo numa demonstração clara de que havia não só aprendido a lição e ficado feliz com isso, mas agregado valores a ele, como a nova forma de pagar o cigarro sem riscos.
A Carta da Terra tem o seguinte começo: "Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz. Para chegar a esse propósito, é imperativo que, nós os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações". Uma amiga me falou que na casa dela as crianças estão fazendo xixi e chamando o outro para aproveitar o embalo e dar uma descarga só. Exageros à parte, o interessante é o despertar da consciência para a questão do desperdício criando uma nova cultura de racionalização no consumo de um recurso como á água, precioso e limitado. As crianças estão aprendendo muito rápido a importância da coleta seletiva do lixo, da reciclagem criativa como geração de renda, auto-estima e da cidadania. Se perguntarmos a ela porque tudo isso elas falarão rapidinho que o Planeta Terra está doente e que precisamos cuidar dele, com muito zelo, o tempo todo. Amém.
topo
imprimir
Turismo e Comunidade 
As relações entre empreendedores turísticos e a comunidade tem se mostrado conflituosa na defesa de interesses diversos. Por um lado o patrão quer qualidade nos serviços hoteleiros nas mais diversas áreas, desde a camareira e o chefe de cozinha, ao prestador de serviços como fornecimento de água, gás e comida. Por outro lado, o empregado quer respeito, bons salários e liberdade para o processo de produção. Aqui ali estas condições não são atendidas. Quando extrapolam os limites os trabalhadores ficam desempregados e os patrões sem condições de incrementar os serviços por falta de mão de obra qualificada. O que fazer diante do emperramento das relações?
O Governo vem divulgando uma série de programas e projetos na área de capacitação turística, sem ainda ter o alcance necessário ao efeito multiplicador dos ditos “modelo de gestão”. Toda riqueza natural do Brasil parece sucumbir-se às fragilidades de um mercado onde a filosofia do lucro fácil, rápido e inescrupuloso resiste às tentativas de construção de parcerias sociais comunitárias rumo ao equilíbrio, harmonia e comunhão de idéias, atitudes e gestos em prol de uma cidadania ativa e prazerosa. O encanto natural dos nossos roteiros turísticos não pode ser quebrado com elementos adversos à proposta de construção de um olhar holístico, integrado, multicultural. A preservação da natureza humana, pura e indelével do nativo é uma riqueza que não pode ser comprada com euros e dólares.
Há diversas publicações em circulação promovendo empreendimentos turísticos como sustentáveis, integradas a comunidade, que merecem mais atenção dos ambientalistas e preservadores da cultura. Um deles diz o seguinte: “A reserva representa um salto de qualidade para a localidade, tanto do ponto de vista social quanto econômico, consolidando a região como destino turístico de padrão internacional. Para proporcionar mais cidadania e consciência social para a região, a estimativa é de utilização de mão de obra local, geração de novas oportunidades de negócios para os empreendedores locais, com impacto positivo nas suas diversas atividades”. Se esses empreendedores, anunciantes como o do texto acima, não perceberem a importância de acolher e envolver a comunidade em seus projetos, de forma participativa, transparente e respeitosa, a tão polemica e conturbada relação entre “gringos” e nativos, podem levar nossas riquezas naturais para um mar de lamas onde golfinhos, tartaruguinhas, baleias, micos-leão dourados, ararinhas azuis e sustentabilidade, serão apenas nomes, sem espaço para a construção de uma nova Historia.
topo
imprimir
Turismo Insustentável
Proteção das comunidades tradicionais, preservação da Mata Atlântica, rios, florestas, diminuição da presença do homem na paisagem, programas contínuos de educação ambiental, dentre outras políticas preventivas, não parecem estar listadas como prioridades para os analistas das licenças ambientais concedidas por órgãos como CRA, IBAMA e outros que compõem os chamados Conselhos ou Comissões de Poder para deliberar e tornar de uso capital, paraísos que ainda temos no Litoral Norte da Bahia e em outros lugares, Brasil afora.
Os artifícios técnicos que os lobistas da área do turismo têm usado para maquiar relatórios, projetos e documentos que fazem parte do trâmite burocrático para a concessão de uso de áreas com potencial biodiverso necessário ao equilíbrio do planeta, são tão poderosos quanto os investimentos feitos pelo próprio Governo para preparar a infra que os empresários querem e exigem como contrapartidas políticas eleitoreiras.
Em Arembepe, por exemplo, a comunidade está atenta , se articulou com várias ONGs e formou o Movimento pela Preservação da Vida e da Cidadania, fez protestos, participou de audiências públicas, reuniões, mesas redondas, debates, denúncias na imprensa e diversos outros instrumentos legítimos de mobilização, mas não conseguiu impedir a construção do mega empreendimento imobiliário,” Paradiso Laguna” , situado numa área de 96 hectares, ao lado de uma placa que identifica a área como de proteção ambiental “ APA – Rio Capivara”. O artifício usado para driblar as normas legitimadas pela Lei foi o rezoneamento da área, antes classificada como “ Zona de Proteção Visual” para “Zona de Turismo Residencial”. Com esse artifício o CRA concedeu a licença achando que a população não percebe os impactos que serão gerados entre uma classificação e outra.
Em matéria da jornalista Katherine Funke, publicada dia nove de agosto, no Jornal A Tarde, Caderno Especial Vida e Ambiente, há informações sobre a preocupação do Projeto Tamar/Ibama, em relação ao mega projetos para o Litoral Norte, somente com relação à proteção das tartarugas, nas praias, como se esse ambiente, o das tartaruguinhas, estivesse desassociado dos outros, como os rios, o lixo que se joga, o volume de visitantes sem consciência ambiental e principalmente as populações tradicionais. Na Base do Projeto Tamar, em Arembepe, uma das mais antigas do Projeto, o portão que dá acesso para a Vila Aldeia Hippie está fechado, sem nenhuma justificativa procedente, impedido que visitantes que durante anos e anos utilizaram este acesso para conhecer a história de Arembepe, fiquem, agora, impedidos de entrar por ali. Representantes da Associação de Moradores estão protestando pela diminuição dos visitantes à Vila. Faixas, cartazes, debates, articulação com Ongs e com a imprensa estão na pauta dos moradores para a urgente a reabertura do acesso.
topo
imprimir
A Natureza Humana e o Meio Ambiente
As condições adversas, desiguais e injustas entre sociedades, onde poucos têm muito e muitos têm muito pouco ou quase nada, tem causado uma grande e transparente agonia na existência do ser humano.
A complexidade do comportamento humano para garantir o utópico, desejado e necessário equilíbrio nas relações sociais tem desafiado Homens bem intencionados e de fé na descoberta de caminhos que possam clarear a escuridão de mentes perversas, egoístas, mesquinhas, psicopatas, perigosas e impeditivas da construção da alegria, serenidade, sapiência, paciência, tolerância e respeito ao outro.
Sabendo que esse quadro insustentável incomoda, indigna impede intera e ate nos impele a mudanças porque ainda não temos a disciplina, coragem, determinação, objetividade e espírito coletivo rumo à uma cidadania sustentável, equilibrada, civilizada, prazerosa, solidária e digna da condição divina com filhos de Deus, que somos na origem?
Mentira, poder, ódio, preguiça, gula, ganância, lucro fácil, òsio, vida boa, e um sem numero de expressões correlatas à política capitalista,m consumidora e sem sentido pleno de existência, alimentam essa cadeia perversa. Educação, conhecimento, socialização do saber e o amor são instrumentos poderosos para o desenvolvimento para a cultura de paz.
As recentes catástrofes como tsunanys, tufões, furacoes, tornados, incêndios florestais e enchentes, aliados a barbari e a banalização da violência e da falta de ética são um alerta para a urgente e necessária arrumação da nossa grande casa o planeta terra.
topo
imprimir
Política e Água – Cuidado!
Dona Maria, lá da comunidade quilombola de Tijuaçu, de tanto andar com a lata dágua na cabeça aprendeu, no caminho dessa labuta, a sambar na roda. O samba de Lata de Tijuaçu tem suas origens nessa via crucis diária à procura de água, muito longe de casa. Lá na Unesco de Paris, no ano de 2002, quando recebeu o Dossiê sobre o Rio São Francisco, o então embaixador, José Israel Vargas, me disse, na oportunidade, falando sobre o valor social da água, com projeções de que o precioso e vital líquido ficará mais cara do que o petróleo. “Só não pode ficar mais caro do que cerveja” E já está, em alguns lugares. Lembram que antes acordávamos com o “Olhe o gás”. E hoje, além do gás, temos outras vozes gritando “Olha a água aí, promoção de R$ 3,00 ”.
Vemos, a todos os instantes, pessoas que ainda andam muito distantes da necessidade de se ver a água como um bem escasso, precioso, limitado e que requer muitos cuidados para a garantia da vida. Essa semana o governador Paulo Souto abriu as torneiras para algumas cidades na região de Juazeiro e festejou os gastos do governo para um direito que já deveria estar garantido, há séculos, sem que muita gente tivesse morrido de sede, ou de doenças provocadas pela contaminação ou mesmo falta de tratamento adequado da água como condição primária para a sobrevivência digna da população.
O Programa Sem Fronteiras recentemente fez uma matéria especial alertando sobre os perigos que rondam o Planeta Terra, sobre a ação perversa do Homem, diante de estragos ambientalmente irrecuperáveis ao longo da história. As crianças têm mostrado sensibilidade para adotar comportamentos diferentes em relação ao descaso, ao descuido dos Homens com água, que ainda lavam carro com água tratada, escovam os dentes com as torneiras abertas, se ensaboam no banheiro com o chuveiro jorrando, quanto cantarolam besteiras. Meu amigo Wellington Ribeiro, jornalista sensível às causas ambientais, me diz que não é à toa que os Estados Unidos Unidos estão montando uma base militar no Paraguai, nas proximidades de uma das maiores reservas de água do sul da América do Sul, o Aquífero Guarany, deixando as Forças Armadas do Brasil, Argentina,Uruguai e demais países da região, em situação politicamente desconfortável. Isso são sinais que a água, como o petróleo hoje, será motivo de muita briga, para a garantia da vida, numa disputa que já presenciamos hoje em lugares como África, Índia e Nordeste do Brasil.
topo
imprimir
Crianças, sensibilidade e degradação
È extraordinário como as crianças, mesmo sem ainda ter controle total sobre a coordenação motora, são mais cuidadosas que muitos adultos. Fico observando o comportamento delas ao lidar com objetos, falar coisas, brincar e cuidar dos animais, por exemplo, onde essa sensibilidade tão forte e nata na criança e, infelizmente, perdida com o passar do tempo, pudesse começar a ser resgatada o mais rápido possível, diante dos cuidados necessários à preservação das vidas. Talvez o caminho mais certo, rápido e fácil seja mesmo o do processo educativo voltado para a visão integral, holística, transversal, inteira e ao mesmo tempo, detalhada em por partes, onde tudo, no final estará relacionado ao todo.
Problemas como: A crescente Degradação dos ecossistemas do Planeta Terra; O ritmo acelerado e desenfreado da demanda turística sem incentivo às retaguardas e contra-partidas ambientais; O Desequilíbrio social em comunidades turisticamente super exploradas; A falta de políticas que priorize o turismo como fonte geradora de renda e potencial de incentivo para oportunidades de negócios que possam quebrar a cadeia cíclica e perversa da política de incentivo à desigualdade social; dentre outros, têm fortalecido o trabalho de movimentos ambientais que consideram mais importante que recursos financeiros, é a capacidade de interagir com comunidades carentes de tudo, desde a informação, ao saco de lixo para separar o que pode ser convertido em dinheiro, quase de imediato, do quê precisa ser depurado, decomposto para servir como matéria prima, a exemplo, do lixo orgânico.
Estudiosos dos problemas e das alternativas para a preservação da vida lamentam que a falta de compromisso político-empresarial com questões ambientais chaves como o turismo predatório, o tratamento e reciclagem do lixo, o desperdício de comida, água, papel e luz, vinculados um consumo crescente, sem retaguardas sustentáveis, têm gerado mais problemas que soluções em lugares onde a comunidade foi invadida pela propaganda de ocupação dos grandes complexos hoteleiros e imobiliários. “Aqui em Arembepe não tem trabalho para nós. Ou o povo quer gente para trabalhar como pedreiro ou somente para limpar as sujeiras que fazem. Não tem, assim, um trabalho num hotel decente, numa boutique, no comércio, em projetos onde a gente possa sentir prazer em trabalhar, juntos, e em benefício da nossa comunidade, das nossas tradições e riquezas. Eu tenho vontade de sair daqui mas meu filho é muito pequeno e não posso deixar minha avó, ” declarou, esta semana, uma nativa de Arembepe, no Litoral Norte da Bahia, mãe solteira e sem condições nenhuma de sustentar uma vida com o mínimo de condições para a garantia da sobrevivência digna.
Por essas e outras muitas pessoas tomam rumos que nem gostariam, como a prostituição, as drogas, o alcoolismo, e outros caminhos mais excludente que os da situação em que se encontravam antes de entrar nesse perigoso labirinto social. Qual o papel das Comissões das Assembléias Legislativas, das Câmaras de Vereadores e outras instancias do governo diante de problemas que poderiam ter outras alternativas que não o cenário negro e real desenhado pela jovem nativa de um lugar considerado como o Paraíso?
topo
imprimir
Coleta Seletiva e Cidadania
A coleta pública seletiva do lixo ou mesmo a separação em casa, nas escolas, nas empresas, em cada ambiente gerador de resíduos, é um dos focos dos trabalhos da AMA – Amigos do Meio Ambiente. Difundir informações que possam mudar comportamentos ambientalmente nocivos e contribuir para a geração de renda, difusão do emprego e incentivo à reciclagem criativa são alguns dos objetivos da Campanha Pela Coleta Seletiva do Lixo em Apoio aos Catadores, à Saúde Pública e à Reciclagem com Arte. Este trabalho vem sendo desenvolvido em escolas, comunidades carentes, shoppings centers, lanchonetes, restaurantes, via públicas e em qualquer outro lugar onde haja oportunidade da AMA levar informações que possam mudar comportamentos degradadores.
Esta semana utilizaremos este espaço para reproduzir informações que foram resultados da segunda edição do estudo “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil realizada pela Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Sólidos , relativo ao ano de 2004, e divulgada no site do Instituto AKatu Conforme a pesquisa existem, no Brasil, quase 8.000 locais onde o lixo, depositado de forma inadequada, contamina o solo e o lençol freático. Em 2004, das 53 milhões de toneladas de resíduos industriais geradas no país, apenas cerca de 3 milhões foram tratadas. Quase 100% dos aterros sanitários atuais estão no final de sua vida útil, e sua reposição exige um investimento inicial de R$ 500 milhões, acrescidos de R$ 40 milhões/mês para mantê-los em funcionamento. Para universalizar a coleta de lixo no Brasil (em especial, nas cidades com menos de 50 mil habitantes) são necessários R$ 800 milhões, além de R$ 40 milhões/mês na fase operacional.
A AMA – Amigos do Meio Ambiente tem conseguido reverter alguns comportamentos, em grupos de pessoas, em festas, shows, espaços públicos ou fechados, ao se aproximar de pessoas que acabaram de cometer um ato sujo, como jogar uma ponta de cigarro no chão, ao invés de depositá-la no lugar adequado; lançar embalagens pelas janelas do carro, das casas, apartamentos, ônibus, etc entre outros comportamentos mal educados e que precisam de vigilância para correção. Os Amigos do Meio Ambiente tem conseguido mudar esses comportamentos ambientalmente agressivos apenas com o simples gesto de falar, de forma educada e séria sobre o que aquela pessoa acabara de fazer. O estudo da Abrelpe conclui que, além de investimentos vultosos e de vontade política, a colaboração de cidadãos e de empresas é fundamental para minimizar os impactos negativos da geração de lixo. Por isso, enquanto a política de educação ambiental não chega às comunidades os Amigos do Meio Ambiente, como cidadãos, vão dando seus exemplos multiplicadores, com efeitos surpreendentemente positivos. Das 5.560 cidades brasileiras, apenas 237 empreendem a coleta seletiva .
Apesar de ainda serem poucas, a tendência é de aumento, já que os números relativos à reciclagem crescem a cada ano: o montante de papéis reciclados aqui é de 43,9%; de plásticos, 17,5%; embalagens PET, 35%; vidro, 45%; latas de aço para bebidas, 75%; e latinhas de alumínio, 89% este, um recorde mundial. Segundo a Abrelpe, cada brasileiro gera, por dia, 750 gramas de lixo. Ou seja, só a cidade de São Paulo produz cerca de 12 mil toneladas diárias. Nos municípios de todo o país, 162.232 toneladas de resíduos sólidos são coletados, diariamente, das quais 125.095 toneladas/dia referem-se aos resíduos domiciliares e comerciais e 37.137 toneladas/dia aos coletados em vias públicas. A melhor maneira de ajudar a minimizar este problema que afeta a toda a sociedade é consumir com consciência: da moderação ao comprar à separação do lixo para coleta seletiva, passando pelo aproveitamento máximo dos produtos, evitando qualquer tipo de desperdício, você colabora para que o mundo seja um lugar melhor para viver.
topo
imprimir

A ética e o meio ambiente 

As relações de trabalho, de amizade, de família, do dia-dia da existência humana na sociedade estão tão degradadas quanto o meio ambiente. As pessoas estão jogando no lixo, de forma misturada, sem nenhum critério de seleção, valores como respeito, educação, dignidade, coragem, determinação, responsabilidade, seriedade e outros que nos fazem crer numa vida compartilhada, equilibrada. A mentira e a verdade estão em patamares de desigualdades tão exacerbados que está difícil saber em que, ou em quem acreditar, botar fé. O desestímulo das pessoas para uma vida repleta de sabedoria, paciência, responsabilidade e prazer é tão evidente que as manchetes dos jornais sobre violência é apenas um dos indicadores desse grave e crescente problema social.
Os profissionais ou charlatões das áreas ocultas, da psicologia social e profissional ou das “religiões” oportunistas nunca ganharam tanto dinheiro ou quebraram tanto a cabeça para entender a fragilidade de seres humanos que vivem mais como autômatos do que como pessoas que têm direito à liberdade, com as devidas contrapartidas de responsabilidade. As crianças ainda estão salvas desse processo e devemos conservar a natureza verdadeira dos seus atos para não comprometermos um futuro com mentiras e arranjos mentirosos que além de enganar aos outros, têm levado o ser humano a um processo irreversível de alimentação da mentira e de construção de uma não realidade ou realidade fantasma, enganadora, superficial e cheia de engodos.
É assustador quando se percebe este problema com uma lente de aumento onde o coração e a alma são os instrumentos de medição dessa gravidade. Tem gente que até desiste de viver, ou vive sem alegria, ou faz de conta que vive, ou empurra o dia-a-dia como um peso insuportável, provocado pela dor da inverdade. O que estará por trás disso tudo? Respostas rápidas como o egoísmo, a falta de ética, o descompromisso, a falta de solidariedade, de informação, de visão do mundo, de futuro promissor, de um mundo melhor e de perspectivas para a construção de um mundo realmente mais participativo de inclusão social, poderiam, para alguns, justificar esse comportamento degradador de vidas dignas. Tenho saudades da tranqüilidade de minha avó, da coragem de minha mãe, da bravura de minha tia, do espírito participativo e comunitário do pessoal do interior, lá das bandas longe da cidade, do povo que vive no escuro, sem luz elétrica, mas com um brilho nos olhos e na alma que só mesmo algumas crianças ainda mantém vivos, de forma pura.
Está na hora de começarmos, imediatamente, o resgate desses valores que são impagáveis e imprescindíveis para a construção de uma vida prazerosa.
topo
imprimir

A destruição da Terra

Você deixa resto de comida no prato, escova os dentes com a torneira aberta, se ensaboa com o chuveiro ligado, lava o carro com água potável, toma banho com shampoo ou sabonete num rio, enquanto desfruta da bela paisagem, amassa papel para brincar de cesta, deixa as luzes acesas e os aparelhos ligados porque não é você quem paga a conta? Se você respondeu sim, honestamente, às estas ou algumas destas questões, que tal ler esse artigo até o final e se informar sobre os efeitos de seu comportamento sobre a degradação do planeta Terra?. Uma matéria publicada esta semana, na imprensa européia e difundida para todo o mundo, alerta a humanidade para os riscos de um grande desastre ambiental no Planeta Terra. O problema está na pressa capital em produzir, e rápido, sem as devidas contrapartidas de preservação da nossa grande matriz energética que a Natureza.
Conforme informações da matéria "Ao longo dos últimos 50 anos, os homens alteraram os ecossistemas mais rapidamente e numa extensão muito maior do que em qualquer outro momento da História de forma a atender às crescentes demandas por comida, água e madeira". O futuro da Terra está realmente comprometido e as pessoas, mesmo as ditas bem informadas, ainda não se atentaram para esse real perigo. Se os Homens pudessem, ao menos, imaginar a Terra como um grande ser vivo, pulsante e carente de cuidados, vide teoria de Gaya, quem sabe pudéssemos começar a vislumbrar um futuro onde notícias como a que surgiu esta semana não estaria em pauta. No entanto, a matéria está sustentada em informações baseadas em relatórios produzidos por fontes científicas, bem distantes dos chamados “ativistas verdes”, continuamente perseguidos inclusive, pela própria imprensa.
”Segundo opinião de 1.300 cientistas, de 95 países, que apresentaram um detalhado estudo sobre o estado do mundo, os dados não são nada animadores já que os especialistas descobriram que:”dois terços dos ecossistemas estudados sofreram terrivelmente ao longo dos últimos 50 anos. As regiões secas, que representam 41% da superfície terrestre do planeta, foram particularmente afetadas e, ainda assim, são as áreas onde a população humana cresceu mais rapidamente ao longo dos anos 90. O documento “Avaliação do Milênio dos Ecossistemas” identifica meia dúzia de lugares onde podem ocorrer mudanças abruptas sem esperança de recuperação no tempo de vida de uma pessoa. Onde a degradação for lenta e inexorável, pode não haver um colapso ambiental total, mas as pessoas mais pobres do mundo serão as que mais sofrerão.
O coordenador do relatório, Walt Reid, afirmou que se a comunidade internacional não tomar medidas decisivas, o futuro é incerto para a próxima geração. “O ponto principal do documento é que estamos gastando todo o capital natural da Terra, exercendo tamanha pressão sobre suas funções naturais que a capacidade dos ecossistemas do planeta de sustentarem as futuras gerações não pode mais ser tida como certa“ afirmou Reid. A esperança, ou a nossa chance, diante dos dados apresentados, é a mudança de comportamentos degradadores, como o desperdício de comida, água, energia e papel, por exemplo, que têm efeitos multiplicadores noviços para os ecossistemas. “Podemos reverter a degradação, mas as mudanças necessárias são substanciais e ainda não estão sendo adotadas. Os cientistas concluíram que o planeta foi substancialmente alterado por causa da pressão exercida sobre os recursos naturais em razão das crescentes demandas de uma população cada vez maior. A Degradação não tem precedentes na História
e o custo total disso somente agora está se tornando aparente. Dos 24 ecossistemas considerados vitais,15 estão seriamente degradados ou usados de forma insustentável.
Conforme o relatório “Aproximadamente um terço da superfície do planeta encontra-se ocupada por cultivos, sendo que o número de áreas convertidas em plantações desde 1945 é maior do que a soma das regiões que passaram a ser cultivadas nos séculos XVIII e XIX. O volume de água desviada de lagos e rios para a indústria e a agricultura dobrou desde 1960 e, hoje, a quantidade de água armazenada em
reservatórios é de três a seis vezes maior do que a que flui naturalmente. A quantidade de nitrogênio e fósforo lançada no meio ambiente em razão do uso de fertilizantes dobrou no mesmo período. Esse volume sem precedentes de nutrientes vem provocando o crescimento excessivo de algas, o que pode destruir ecossistemas inteiros. O aumento da atividade humana afetou a diversidade de animais e plantas. No século passado, foram documentadas cerca de 100 extinções, mas os cientistas acreditam que a verdadeira taxa de desaparecimento de plantas e animais é mil vezes maior, com perdas significativas de biodiversidade e diversidade genética.
topo
imprimir
Meio Ambiente e Edu-comunicadores 
Nos próximos dias 13 a 17 de junho a Biblioteca Pública da Bahia (Biblioteca dos Barris, em Salvador), transforma-se no quartel general de Edu-comunicadores de todo o país. Jornalistas, radialistas, profissionais da comunicação ligados ao meio ambiente e Cultura ambiental participam do I Encontro Nacional de Comissões Estaduais Interinstituicional de Educação Ambiental (CIEA`s) e de Educomunicação Ambiental (Rebeca) das 09 às 21 horas. O papel da Rebeca estará em discussão com especialistas vindos de toda parte do Brasil. Os temas em pauta, expostos por autoridades ligadas ao Ministério do Meio Ambiente, Câmara dos Deputados, Secretaria do Estado, Ongs, Universidades e instituições da área ambiental, vão desde a Política de Comunicação Ambiental, passando pelo papel das redes nessa área, até a sugestão de ações e políticas que devem nortear a dinâmica dos grupos de trabalho que acontecerão durante o evento.
Entre os objetivos do encontro destacam-se : O Fortalecimento da Comunicação e da Educação Ambiental em suas interfaces, e a Defesa da Democratização da Informação e Saberes, respeitando a lógica das redes populares, comunitárias, científicas, culturais e artísticas; A inserção da questão ambiental nos meios de comunicação, contribuindo no avanço dos conteúdos e práticas de Comunicação Ambiental no âmbito das políticas públicas; Ser mais uma voz na defesa do direito à comunicação e da participação popular na criação e gestão dessa polêmica temática; Divulgar, ampliar e estruturar a Rede, de forma a viabilizar plenamente o cumprimento de seus objetivos; Fazer com que a rede se consolide como canal de diálogo entre governos e sociedade na construção
participativa de políticas e programas de comunicação ambiental, na perspectiva educativa; contribuir para o enraizamento da educação ambiental junto a públicos como de jornalistas, radialistas, publicitários e outros profissionais de comunicação, comunicadores amadores e populares, artistas, produtores e gestores culturais, comunicadores que atuam em órgãos públicos e professores, pesquisadores e estudantes em todo o Brasil.
Na área de Cultura por exposições como: Varal de Exposição: ação educativa e cultura de conservação da escola - Organização de Auxílio e lazer o evento tem uma vasta programação que passa Fraterno – OAF; Permacultura no semi-árido - Instituto de Permacultura da Bahia – IPB; história, cultura e meio ambiente do subúrbio ferroviário; acervivo / Amigos do Parque São Bartolomeu -Instalação: mobiliário e utilitários produzidos pelas oficinas de reciclagem e reaproveitamento da Limpur be Exposição Fotográfica: O Homem e o Meio Ambiente - L iliana Peixinho ; Exposição de Esculturas: vazias capturas - Marco Aurélio Damasceno;peça teatral: peixe morre pela bomba ; bazar contemporâneo de Arte & Cia.
Este evento é uma demonstração clara de que uma rede pode funcionar virtualmente, para articular, mobilizar e agir para um encontro entre os participantes, de forma real, num lugar onde tudo o que foi programado pela internet, co baixos custos, pode ser concretizado, num tempo e lugar onde as pessoas escolheram. Sucesso ao evento e que os objetivos realmente sejam cumpridos. Amém.
topo
imprimir

Especulação Imobiliária x Preservação 

É cada dia maior o número de árvores derrubadas, rios desviados ou poluídos, lixo acumulado e nativos desempregados ou explorados pela indústria do turismo baiano. As matérias publicadas da grande imprensa, sob encomenda ou não, dão a verdadeira dimensão deste mercado. As fontes destas matérias estão sempre ligadas com as empresas de turismo do governo ou com o trade turístico formado por empresas que vão desde pequenas agências de turismo no interior a complexos hoteleiros grandiosos e que envolvem grandes somas de dinheiro financiado por empresas internacionais ou nacionais interessadas na expansão deste mercado. 

A falta de responsabilidade das empresas imobiliárias vem mobilizando moradores e ambientalistas mais acordados e comprometidos com o futuro. No Litoral Norte de Salvador, por exemplo, na chamada Costa dos Coqueiros, Movimentos como o SOS Capivara, Coqueiro Solidário, Orquídeas, Proposta Universo Converso e AMA – Amigos do Meio Ambiente, vem se articulado para fazer valer o grito de protesto da comunidade contra projetos como o do Condomínio Laguna, em Arembepe, cuja tramitação burocrática para a concessão da licença local dada pelo CRA – Centro de Recursos Ambientais, sem passar pelo Ibama, pela Comissão de Meio Ambiente da OAB, Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, sociedade civil organizada e outros órgãos, indignaram moradores como Edmundo Sales, que, como compositor e cantor da “Banda Nòs” não se cansa de defender a natureza, onde o Rio Capivara, as dunas e o mar, são alguns dos seus maiores focos de defesa. “Moro aqui há mais de 12 anos e nunca ví as águas do rio transbordar tanto como nos últimos cincos anos. Essas enchentes tem sido provocadas, principalmente, pelos aterros feitos em áreas como a Caraúna, onde houve a construção de estacionamentos e outros equipamentos que atingiram o rio”, denuncia o morador. 
Uma matéria publicada na editoria de Economia e Negócios, da Revista Veja, de 23 de março de 2005, revela que há uma chuva de investimentos no litoral baiano, onde não pára de ganhar novos complexos turísticos. Segundo o texto “o que impressiona neste momento, é a quantidade de hotéis, pousadas e resorts que pipocam por todas as seis “costas” (Coqueiros, Bahia de Todos os Santos, Cacau, Dendê, Descobrimento e Baleias) em que a Orla Baiana se divide. Muitos em lugares pequenos simples e sem luxo, outros que buscam hóspedes com muito dinheiro, oferecendo em troca campos de golfe de padrão internacional, estrutura para pesca e esportes náuticos, spas bem equipados, bons restaurantes, acomodações confortáveis e serviço de qualidade”. Para o mercado hoteleiro, tudo, para a comunidade o lixo, os problemas, o sub-emprego e a exploração da mão de obra. 
Jornalistas como Priscila Maria Gallo, artesãos como Batata, músicos como Edmundo e outros moradores de Arembepe não páram de trabalhar, com arte, através da música, do Teatro Jornal e outras manifestações que mobilizam a população para construir sem destruir. Afinal onde está a política de sustentabilidade para essas empresas que só querem degradar, sem dar as contrapartidas necessárias à preservação das riquezas naturais?
topo
imprimir
Tolerância x Limites
Antes de começar a exposição do tema deste artigo gostaria pedir desculpas aos nossos leitores pela ausência, nos últimos meses. Acúmulo de tarefas e viagens sucessivas podem justificar essa ausência. Para retomar nossos contatos, estou repassando para os fiéis e novos leitores dessa coluna, trechos de um artigo do Frei Leonardo Boff que recebei esta semana, sobre questões importantes da pauta diária dos meios de comunicação.
Com muito rigor, compromisso, ética, seriedade e um chamado para a análise profunda sobre os nossos comportamentos cotidianos, esse Homem revolucionário, corajoso e com fé nas mudanças para a preservação da vida digna, nos chama para pensar sobre a necessidade de impormos limites à tolerância sobre aspectos da atual realidade como: Exploração do Trabalho Infantil, Prostituição, T ráfico de Órgãos Humanos, Sub-utilização da Mão-de-obra, Lucros Escusos, Uso de Religiões e Projetos Políticos como argumentos para o lucro fácil, Máfias de Drogas, Armas e Seqüestros, que mutilam, matam e causam dor, entre muitos outros “temas” já banalizados pela própria tolerância. Pelo faz de conta que não se vê, não se ouve e não se sente. Por um sentimento perigoso, que se confunde com a cinismo, o comodismo e a falta de compromisso com a construção da igualdade.
No texto do teólogo Leonardo Boof ele diz: “Tudo tem limites, também a tolerância, pois nem tudo vale neste mundo. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram suas vidas porque ergueram sua voz e tiveram a coragem de dizer: “não te é permitido fazer isto ou aquilo”. Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa, sensibilidade ética ou comodismo”.Como ambientalista que tem o Planeta Terra como referência da nossa grande casa Leonardo Boof diz:” Não devemos ter tolerância com aqueles que têm poder de erradicar a vida humana do Planeta e de destruir grande parte da biosfera. Há que submetê-los a controles severos”.
Como humanista e defensor dos direitos conquistados ao longo de uma história jorrada de sangue, o pensador escreve como quem olha firme para o outro dizendo: “ Não devemos ser tolerantes com aqueles que assassinam inocentes, abusam sexualmente de crianças, traficam órgãos humanos. Cabe aplicar-lhes duramente as leis. Não devemos ser tolerantes com aqueles que escravizam crianças para produzir mais barato e lucrar no mercado mundial. Aplicar contra eles a legislação mundial. Não devemos ser tolerantes com terroristas que em nome de sua religião ou projeto político cometem matanças. Prendê-los e condená-los duramente às  barras dos tribunais.
Não devemos ser tolerantes com aqueles que, no afã de lucro, falsificam remédios que levam pessoas à morte ou instauram políticas de corrupção que dilapidam os bens públicos. Cada país impõe duras penas a esses criminosos”.
Como testemunha de fatos ocorridos com pessoas próximas da sua luta, o frei Leonardo Boff escreve, como quem fala ao pé do ouvido, com muita cautela e firmeza na voz: ”Não devemos ser tolerantes com as máfias das armas, das drogas e da prostituição que incluem sequestros, torturas e eliminação física de pessoas. Há punições claras. Não devemos ser tolerantes com práticas que, em nome da cultura, cortam as mãos dos ladrões e submetem mulheres a mutilações genitais. Contra isso valem os direitos humanos. Nestes níveis não há que ser tolerantes, mas positivamente intolerantes, que implica sermos firmes, rigorosos e severos. Isso é virtude e não vício. Se não formos assim, não teremos princípios e seremos cúmplices com o mal.
Como defensor ferrenho da liberdade como porta para a felicidade, o pensador e teólogo de respeito em todo o mundo afirma: “A ilimitada liberdade conduz à tirania do mais forte. Da mesma forma também a ilimitada tolerância acaba com a tolerância. Tanto a liberdade quanto a tolerância precisam da proteção da lei. Senão, assistiremos a ditadura de uma visão de mundo que nega a todas as outras.O resultado é raiva, amargura e vontade de vingança, fermento do terrorismo. Onde estão, então, os limites da tolerância? No sofrimento, nos direitos humanos e nos direitos da natureza”.
Finalmente, como Homem de cultura transversal e holística, ele lembra: “A Carta da Terra zela pelos direitos da natureza e quem os violar perde legitimidade”. Por fim, ele questiona?: “Dá para ser tolerantes com os intolerantes? A história comprovou que combater a intolerância com outra intolerância leva à espiral da intolerância. A atitude pragmática busca  estabelecer limites. Se a intolerância implicar crime e prejuízo manifesto a outros, vale o rigor da lei e a intolerância deve ser enquadrada. Fora deste constrangimento legal, vale a liberdade. E, como Homem dialético e em harmonia como as leis do Universo ele finaliza o texto dando uma demonstração da incansável luta pela defesa da exposição de idéias, dizendo: ”Deve-se confrontar o intolerante com a realidade que todos compartem como espaço vital.. Deve-se levá-lo ao diálogo incansável e fazê-lo pensar sobre as contradições de sua posição. O melhor caminho é a democracia sem fim que se propõe incluir a todos e a  respeitar um pacto social comum”.
topo
imprimir
Alimentos x Segurança de Vida
O Brasil ocupa o 5º lugar no mundo no uso de agrotóxicos. É recordista e líder mundial em reciclagem de embalagens nessa área, exatamente como conseqüência deste uso exacerbado de produtos químicos na agricultura. Esses dados são reveladores de um grande problema ambiental. O Brasil está mais preocupado em incrementar uma agricultura em larga escala com produtos sem qualidade para a saúde, do que, por exemplo, incentivar a produção agrícola familiar com base na qualidade de alimentos que, mais do que simplesmente matar uma fome imediata e ajudar na balança comercial do país, precisa ter segurança e qualidade orgânica nessa alimentação.
Segundo informações de especialistas em Segurança Alimentar o Brasil vem adotando o uso dos agrotóxicos (que surgiu, na Alemanha,  como arma química na chamada Revolução Verde dos anos 60) também como forma de prevenção da lavoura e isso tem consequências danosas para o meio ambiente, desde questões como a contaminação do solo, do ar, da água, das plantas ao redor das plantações, até os próprios produtos de colheitas como a soja, o tomate, o algodão, o milho e outras que estão propícias às ações de pragas, insetos, matos e bactérias que circundam as plantações. Para fazer uso desses produtos haveria necessidade de se fazer um estudo sobre o tipo de praga, inseto, erva daninha com a especificidade e características próprias do tipo exato para então se fazer o uso correto, como um remédio curador e não como forma de prevenção. Aqui a prevenção teria que ser em outro nível ambiental onde os projetos de plantações de produtos orgânicos podem emprestar suas experiências.
O fato é que não podemos aceitar que um país como o Brasil, que começa a ter vez lá fora como um promotor do combate à fome, possa estar com práticas de agriculturas tão imediatas e insensatas. Como disse um apresentador de um programa rural: “O Homem não pode morrer de fome, mas será precisa morrer do quê come?”. Meu amigo Luis, lá de Arembepe não abre mão de andar mais e pagar mais caro, infelizmente, por um mamão pequeno e de carne macia e doce, uma goiaba redondinha e também pequena, mas de qualidade, ao ter que enfrentar filas de supermercados para comprar goiabões e mamaozões inchados de produtos químicos que só  em vê-los expostos nas prateleiras começa a ter náuseas.
O pior de tudo é que, nos grandes centros urbanos, as frutas, legumes e hortaliças orgânicas acabam sendo mais caras e,  lá nas feiras de cidades como  Senhor do Bonfim, Igara, Jaguarari e outros lugarzinhos de belos e puros grandes quintais e roças, esses produtos são tão baratos que nem cobrem as despesas dos feirantes saírem de suas casas para expor seus produtos aos fregueses. Que o Mercado, a complicada Economia, os números da Balança Comercial, etc, possam ser mais sábios e comecem, já, a zelar, a incrementar uma Política Agrícola que cuide da  saúde da população através da oferta de alimentos que possam ser a verdadeira fonte de vida. Será se a indústria farmacêutica dita curativa permitiria isso?

Liliana Peixinho * – Jornalista Ambiental, Correspondente na Bahia do Jornal Folha do Meio Ambiente, presidente da AMA – Amigos do Meio Ambiente e coordenadora da RAMA – Rede de Articulação e Mobilização Ambiental. Autora da monografia ”O Papel da Mídia na construção do Turismo Sustentável ”.
topo
imprimir
    Cuidados com as nascentes       


           A Bahia, o Brasil, são abençoados por Deus e pela água doce. A importância das pequenas nascentes na formação das grandes bacias hidrográficas depende do cuidado de cada um de nós. Esses pequenos veios d’água são como artérias do corpo humano que distribuem o sangue para garantia da vida. Esse sangue, como a água, tem que ser de qualidade. E como podemos garantir isso?. Sabemos que o álcool, o fumo, a gordura e o açúcar em excesso, dentre outras guloseimas, são nocivos ao bom funcionamento do corpo. Para garantir a qualidade do sangue devemos garantir a qualidade do quê, como e quanto comemos.
       Para garantir a qualidade da água é necessário que haja consciência sobre os cuidados com o meio ambiente. Não poluir as nascentes com lixo químico, conservar as vegetações das margens, não pescar em época de desova,  conservando o ciclo natural desses ecossistemas,  é  um caminho para garantir a vida vegetal e animal desses ricos ambientes. Quando a gente quebra esse ciclo de cuidados, poluindo, degradando e desmatando, quebramos também, o ciclo da vida. A água fica poluída, o peixe morre, o homem não pesca e se o homem beber dessa água suja, fica doente. Ficando doente, não trabalha, não produz, o governo gasta e a exclusão aumenta.
    O Brasil é o paraíso das águas doces da terra. E todo o mundo está de olho nessa nossa riqueza. Rios como o Amazonas e o São Francisco, por exemplo,  são matrizes energéticas de sustentação de vida do planeta, porque detêm a concentração de uma múltipla biodiversidade, onde várias espécies estão na lista de extinção. O peixe boi, a ararinha azul,o tucano,o boto, o surubim, a arueira, o jequitibá, a andiroba, a sucupira e um sem número de nomes bonitos e ricos, engrossam a lista das espécies em extinção.
  Sabe aquela história de que de gota em gota a gente enche um copo dágua, de nascente em nascente a gente enche os riachos, os rios, as grandes bacias hidrográdicas que servem para gerar energia e alimentar cidades, estados, países. Que nas trilhas do nosso dia-a-dia possamos semopre estar atentos para os mínimos cuidados com cada gota de água desse nosso planeta Terra sedento de água limpa.

topo
imprimir
                                Riqueza devastada


       A pauta de exportações do agro-negócio brasileiro, seja em grãos, como a soja, ou em carnes, como a do boi e a do frango, sempre foi capitalizada politicamente pelo governo federal, como uma justificativa de ascensão do país, no cenário econômico mundial. Com isso, as conseqüências dessa política desenfreada pelo lucro devastaram a floresta amazônica, o cerrado do oeste e a mata atlântica dos litorais do Brasil. A substituição de ambientes biodiversos por monoculturas, estritamente voltadas para a exportação, não só deixou de prover a fome do brasileiro – restringindo a nossa alimentação ao simbólico  feijão com arroz – como diminuiu a riqueza da sua matriz energética, ainda no topo dos mais biodiversos do mundo.
      É simples, se o governo Lula, por exemplo, tivesse priorizado a reforma agrária, com a agricultura familiar, programas como o bolsa-família não teria sentido de existir, já que as condições para a construção da dignidade estariam garantidas na base, na origem dos problemas da miséria nacional. O combate à fome não requer medidas paliativas, de engodos mensais. Ele requer seriedade e propostas de ações concretas há longo prazo. Por que os ribeirinhos do São Francisco, como os índios Trukáspor exemplo, têm que pagar um preço altíssimo pela irrigação da cultura do arroz, da batata, da mandioca ou da cebola, vender esses produtos a preços irrisórios, e depois dos beneficiamentos industriais, recomprá-los por três ou mais vezes do que fora vendido anteriormente?
    A terra brasileira, com suas infinitas riquezas naturais, nunca foi prioridade do governo. Historicamente, foi alvo da exploração de outros países.Foi assim com o pau-brasil, com a cana-de-açúcar, o café, a borracha, o algodão, o leite, com os minérios, o ouro e as pedras preciosas. E agora, a fauna e a flora são a ponta-de-lança da biopirataria mundial. As pesquisas genéticas feitas pela Inglaterra, Estados Unidos, França, e por outras nações, que sempre souberam o valor do conhecimento biológico, para a produção de medicamentos, devem estar sob o controle de instituições, como o Ministério do Meio Ambiente.
      Neste contexto, a valorização da cultura indígena, que resiste simbolicamente, em tribos espalhadas pelo Brasil afora, se ressente de uma política compensadora dessa nossa falha antropológica. Que os candidatos a cargos políticos, em campanha eleitoral, possam incluir em suas propostas ao eleitorado, ações que realmente possam ajudar na construção da cidadania sustentável, onde, direitos como um prato de comida colorida; uma casa com água potável; uma escola que prime pela educação multidisciplinar; e um bairro onde se possa ir e vir sem medo, já é um bom começo. Amém!

Liliana Peixinho * - Jornalista, correspondente da Folha do Meio Ambiente; coordenadora da AMA – Amigos do Meio Ambiente (www.amigodomeioambiente.com.br)  – articulista de jornais e sites como o Jornal do Meio Ambiente; moderadora da REBIA-NE – Rede Brasileira de Informação Ambiental. 
topo
imprimir
      Bola Verde

       A sede da Copa do Mundo é, também, a sede do movimento ambiental. Quando observamos o cuidado com o verde dos gramados dos estádios alemães e toda a infra-estrutura pensada e concretizada para não impactar, muito, o meio ambiente, a exemplo de ações preventivas com relação ao lixo gerado pelo evento, onde tem visitantes civilizados e nem tanto, imaginamos, também, que a Alemanha tem todo esse cuidado com o meio ambiente porque não tem mais as riquezas naturais de antes. A indústria, de ponta, já se encarregou, principalmente nos pós-guerras, de transformar a grande matriz energética Natureza, em ferro, cimento, vidro, plástico e insumos para a base de consumo. Por isso, hoje, corre atrás do prejuízo, para tentar garantir o mínimo quem restou.
      Da janela do avião, na saída do aeroporto de Frankfurt, lembro de imagens que constatam a aridez do solo, com muito ferro, cimento, vidro e madeira. Ao chegar ao Brasil, da mesma janela do avião, o cenário mudou, mesmo em São Paulo, grande metrópole como Frankfurt, observamos o contraste entre o que é o Brasil e o que é um país como a Alemanha, por exemplo, onde na questão do verde, a diferença é enorme, gigantesca. E faz-nos refletir que o Paraíso ainda pode ter sua bola verde rolando em campos de gramas naturais, improvisados nas margens das estradas, ladeadas de florestas, onde o verde é abundante, denso e forte como o Brasil.
       Que a bola verde possa rolar nos gramados da grande bola Terra como uma necessidade de se reproduzir outra cultura tão lindas, massiva e poderosa como é a cultura do futebol, da bola rolando de pé em pé, com o objetivo de marcar o gol. Que possamos ter um nosso gol homens de boa fé, consciência e responsabilidade para agarrar a fúria de pés que chutam para o alto, a valorização da natureza, a preservação dos ecossistemas, a dignidade da vida humana, o respeito às diferenças entre muitos outros valores sagrados. Vamos fazer muitos gols rumo à sustentabilidade cidadã, democrática, participativa, igualitária. Vamos formar vários times que treinem, pratiquem e multiplique exemplos de cidadania, de cuidado, de valorização do sagrado, da verdadeira riqueza de qualquer nação é a Natureza, dos Homens e do ambiente.

* Liliana Peixinho  - Correspondente na Bahia do Jornal Folha do Meio Ambiente, articulista do Jornal do Meio Ambiente, coordenadora da AMA – Amigos do Meio Ambiente e da RAMA – Rede de Articulação e Mobilização Ambiental,Moderadora do Grupo REBIA – Nordeste.